"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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Essa eleição é sui generis, nunca a bizarrice nacional fez tantos espetáculos.

Os míseros eleitores vivem com medo de serem assediados ou até sofrerem violência. E, o fenômeno é tanto de um lado, como de outro. O extremismo ideológico ganhou protagonismo e resultou em declarações paradoxais.

Há os defensores da tese do voto envergonhado, geralmente, recorrem a dois exemplos. O primeiro se refere a vitória de Donald Trump nos EUA em 2016. Na ocasião, as pesquisas de opinião anterior ao pleito subestimaram os votos em Trump, dando ele apenas dez por cento de vitória, a explicação para esse erro na pesquisa deve-se ao suposto voto envergonhado entre seus apoiadores.

E, o outo exemplo, diz respeito ao que se passou com o atual Presidente da República nas eleições passadas. Na época, também as principais pesquisas de opinião publicadas, mostravam 36% das intenções de voto. Mas, em verdade, teve 42% dos votos totais, apontando para crasso erro nas pesquisas.

As evidências a favor a existência do voto envergonhado são restritas. E, no caso de Trump deu-se mudança de intenção de voto às vésperas da eleição.

Ademais as pesquisas usaram questionário autoaplicáveis, que são respondidos pelo próprio entrevistado em uma plataforma na internet e nos quais o eleitorado de Trump não precisaria ter vergonha de explicar sua preferência e não mostraram maior apoio ao candidato do que as que recorrem aos entrevistadores seja presenciais ou virtuais.

De qualquer forma, existente ou não o voto envergonhado, não se pode eliminar a sua hipótese no atual cenário brasileiro. O professor de Ciência Política Alexander Coppock usou experimento de lista para tentar capturar o voto envergonhado em Trump em 2016 e, o resultado foi a estimativa era baixa para Trump. Portanto, não houve qualquer indício de voto envergonhado em Trump.

Recentemente, nesse mês de setembro, 41,8% dos entrevistados expressaram abertamente sua preferência pela vitória de Lula na pesquisa de intenção de voto, e o aumento de um ponto percentual favorece a tese de que, se existir o tal voto envergonhado nesta eleição, este terá maiores chances de ser do eleitor do Lula do que do atual Presidente da República.

De qualquer modo, confesso que gostaria muito que a sanha eleitoral presidencial tivesse fim já no primeiro turno.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 24/09/2022
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