Cassandra e a previsão do futuro
Advinda da Grécia Antiga, o mito de Cassandra que nos remete a Guerra de Tróia[1]. Há muito tempo passado, o deus Apolo se apaixonou por uma bela jovem chamada Cassandra que era filha de Príamo de Tróia.
E, assim se procedeu, pois Apolo concedeu-lhe o poder de saber o futuro, mas depois ela recursou-se a fazer amor com ele, por muitas vezes que o pedido fosse feito. Apolo incrédulo, pediu-lhe um beijo. Apolo cuspiu na boca de Cassandra o que permitiu que mantivesse seu dom de profecia, mas ninguém acreditaria nela.
Muitos anos depois, Tróia fora invadida, e lá surgiu a famosa estratégia chamada de Cavalo de Tróia. Cassandra tentou avisar seus compatriotas sobre o destino da cidade e falou para que não aceitassem o presente, mas ninguém lhe deu ouvidos, o que a levo quase à loucura.
Quando a cidade fora invadida, ela refugiou-se num templo da deusa Atena, sentindo tanto medo que se abraçou à própria estátua da divindade, sendo aparentemente violada nesse mesmo local, ou como que arrancada dos braços divinos por Ájax Menor.
A mitologia narra que Cassandra e seu irmão gêmeo Heleno, ainda crianças, costumavam brincar no Templo de Apolo. Ambos eram filhos de Príamo, rei de Tróia, portanto irmãos de Heitor e de Paris, que seriam importantes protagonistas da guerra de Tróia.
Certo dia, os gêmeos brincaram até ficar demasiado tarde para voltar para casa e, assim, foi-lhes arranjada uma cama no interior do templo. Na manhã seguinte, a serva do templo encontrou as crianças ainda a dormir, enquanto duas serpentes passavam a língua pelas suas orelhas.
A serva ficou aterrorizada diante da cena, mas as crianças estavam tranquilas e ilesas. As serpentes haviam deslizado sobre os louros sagrados de Apolo e, dessa forma, tornaram os ouvidos dos gêmeos tão sensíveis que lhes permitiam escutar as vozes dos deuses.
Afirma a lenda, Cassandra fugiu de Micenas indo para a Cólquida, de onde saiu com Zakintio para fundar uma nova cidade, pois ele alegava ter recebido uma mensagem dos deuses para que fundasse uma cidade, com alguma mulher que também pudesse ser sacerdotisa, como Cassandra o fora.
Com efeito, como registram os achados arqueológicos expostos no Museu de Arqueologia de Atenas, Cassandra não foi morta em Tróia ou em Micenas, mas realmente teria ajudado na fundação da nova cidade, deixando uma descendência de trinta gerações.
Os psicólogos e outros cientistas têm utilizado a expressão “complexo de Cassandra” como metáfora para simbolizar a falta de confiança entre os seres humanos.
Todavia, dentre as muitas interpretações possíveis da figura de Cassandra, uma das mais óbvias e mais abrangentes é a da falta de credibilidade que pode tornar nula uma predição, um vaticínio ou mesmo uma previsão construída pelas ciências na modernidade.
O interesse em saber sobre o futuro, portanto, não pode ser visto apenas como um interesse exótico de pessoas excêntricas ou incultas.
Esse interesse pelo futuro vai muito além da simples curiosidade. A história revela que o interesse em prever o futuro, em muitos sentidos, eleva-se ao nível de verdadeira necessidade inerente à natureza humana, que se angustia diante do incerto e do desconhecido: nada mais tranquilizador do que ter a certeza do que fazer diante de qualquer dificuldade, diante de um ambiente de incertezas.
Ao longo da história, aplacar essa angústia acerca do futuro foi, por muito tempo, um importante papel desempenhado por sacerdotes e videntes, não importando o tipo de recurso ou de ritual utilizado e, em certa medida, não importando até mesmo o quanto esses vaticínios pudessem ser verdadeiros.
Em nossos dias, os planejadores governamentais têm seus fundamentos no princípio de que objetivos desejados serão atingidos se certas providências forem tomadas e se certas ações forem realizadas no tempo certo.
Aliás, como em outros casos semelhantes, é o caso do mito de Dafne[2], o deus fora rejeitado e, assim, reprisou-se até que a jovem lhe fez uma proposta, que era a troca de deus amor pelo dom da profecia.
E, assim se procedeu, pois Apolo concedeu-lhe o poder de saber o futuro, mas depois ela recursou-se a fazer amor com ele, por muitas vezes que o pedido fosse feito. Apolo incrédulo, pediu-lhe apenas um beijo. Apolo cuspiu na boca de Cassandra o que permitiu que mantivesse seu dom de profecia, mas ninguém acreditaria nela.
Muitos anos depois, Tróia fora invadida, e lá surgiu a famosa estratégia chamada de “Cavalo de Tróia”. Cassandra tentou avisar seus compatriotas sobre o destino da cidade e, alertou para que não aceitassem o presente, mas ninguém lhe deu ouvidos, o que a levo quase à loucura.
Novamente, este mito de Cassandra depois da conquista de toda esta famosa cidade, a jovem foi dada a Agamémnon como escrava e morreu, foi morta por Clitemnestra ou Égisto (o amante desta), mediante a versão consultada.
E, assim, finda a história, o que nos faz refletir sobre a importância de cumprir os votos feitos aos deuses.
Com o tempo, Cassandra tornou-se uma jovem de grande beleza e devota servidora de Apolo. Foi de tal maneira dedicada e sua beleza tão grande que – diz a lenda – o próprio deus se apaixonou por ela, ensinando-lhe os segredos da profecia.
Cassandra tornou-se, assim, uma profetisa, mas quando se negou a dormir com Apolo, o deus, contrariado, lhe lançou a maldição de que ninguém jamais viria a acreditar nas suas profecias.
Como consequência, Cassandra passou a ser considerada louca ao tentar comunicar à população as suas previsões de guerra e desgraça que haveriam de se abater sobre o reino de Tróia.
Com efeito, como registram os achados arqueológicos expostos no Museu de Arqueologia de Atenas, Cassandra não foi morta em Tróia ou em Micenas, mas realmente teria ajudado na fundação da nova cidade, deixando uma descendência de trinta gerações.
Os psicólogos e outros cientistas têm utilizado a expressão “complexo de Cassandra” como metáfora para simbolizar a falta de confiança entre os seres humanos.
Todavia, dentre as muitas interpretações possíveis da figura de Cassandra, uma das mais óbvias e mais abrangentes é a da falta de credibilidade que pode tornar nula uma predição, um vaticínio ou mesmo uma previsão construída pelas ciências na modernidade.
A história revela que o interesse em prever o futuro, em muitos sentidos, eleva-se ao nível de verdadeira necessidade inerente à natureza humana, que se angustia diante do incerto e do desconhecido: nada mais tranquilizador do que ter a certeza do que fazer diante de qualquer dificuldade, diante de um ambiente de incertezas.
Ao longo da história, aplacar essa angústia acerca do futuro foi, por muito tempo, um importante papel desempenhado por sacerdotes e videntes, não importando o tipo de recurso ou de ritual utilizado e, em certa medida, não importando até mesmo o quanto esses vaticínios pudessem ser verdadeiros.
Em contemporâneos dias, os planejadores governamentais têm seus fundamentos no princípio de que objetivos desejados serão atingidos se certas providências forem tomadas e se certas ações forem realizadas no tempo certo.
[1] A Guerra de Troia foi um conflito lendário entre gregos (aqueus) e troianos, situado na região da Anatólia (atual Turquia), no final da Idade do Bronze, por volta de 1200 a.C. A história, amplamente conhecida através da Ilíada de Homero, narra o rapto de Helena, esposa do rei Menelau de Esparta, por Paris, príncipe troiano, como o motivo central da guerra. Agamemnon, irmão de Menelau, liderou o exército grego em um cerco de dez anos a Troia, que só foi vencida com a ajuda do estratagema do Cavalo de Troia. Relação entre Grécia e Troia: A região onde Troia estava localizada, na Anatólia, era um importante ponto de comércio entre a Grécia e o Oriente. Disputas territoriais e econômicas: Além do rapto de Helena, a guerra pode ter sido motivada por disputas de poder e controle de rotas comerciais entre os gregos e os troianos.
[2] O mito de Dafne narra a história de uma ninfa que, para escapar das investidas amorosas do deus Apolo, é transformada em uma árvore de loureiro. Apolo, apaixonado por Dafne, a persegue, mas ela, desejando permanecer virgem e livre, pede ajuda ao pai, o rio Peneu, que a transforma na árvore. O mito de Dafne é frequentemente interpretado como uma metáfora da busca frustrada pelo amor, da transformação e da aceitação da perda, além de simbolizar a beleza e a força da natureza. Ele também pode ser visto como uma história sobre a liberdade feminina e a escolha de preservar a própria vontade em face da pressão masculina.