Apesar de você...

Amanhã vai ser outro dia... Hoje você é quem manda. Falou, "tá falado". Eis os versos da canção de Chico Buarque de Holanda, de 1978. Essa música denunciava os inúmeros problemas sociais e políticos da ditadura militar brasileira. E, ainda alegava que "iria cobrar com juros, todo o amor reprimido e o grito contido". Nunca uma canção representou tão bem a contemporaneidade. A democracia admoestada e vilipendiada. Nossa jovem e inexperiente democracia... Paradoxalmente, o filme Gandhi que foi uma obra indo-britânica-estadunidense de 1982 trazia a ficção histórica e biográfica sobre a vida Mohandas Karamchand Gandhi, líder do movimento de independência da Índia. O filme começa quando é discriminado e jogado de um trem na África do Sul por estar num compartimento só para brancos e, finda, com seu assassinato em 1948. Sua morte se deu devido a crença de que o líder favoreceu os muçulmanos durante a partição da Índia. Seu assassino, Nathuram Godse era um nacionalista hindu e, considerava que Gandhi tinha sido complacente com os muçulmanos e, acreditava que a agressão violenta seria a única resposta de autodefesa eficaz. Godse fora condenado à morte em 8 de novembro de 1949. Fora enforcado na Cadeia Central de Ambala. Com a morte de Gandhi deu-se a divisão entre Índia e Paquistão e iniciou forte onda de perseguições, migrações e indignidades cometidas e recíprocas. A música era uma reação inteligente e não violenta. E, o assassinato uma medida extremada a ceifar vidas humanas.  Gandhi foi um líder internacional e seus ensinamentos deixaram profundo impacto em milhões de pessoas e, não apenas o povo da Índia foram inspirados a trabalhar em prol da fraternidade e da paz. E, a canção continua a ensinar: - Você vai ter que ver. A manhã renascer. E esbanjar poesia...