E, se não amássemos?
Se fôssemos pedra.
Ígnea, basáltica ou preciosa.
Se do alto das montanhas
Pudéssemos ver e sentir tudo
Por dentro e por fora.
Desbotar os sentimentos.
Descolorir os ressentimentos.
E, pingar nas manhãs
aquele velho orvalho...
Talvez, não chorássemos.
Talvez, não brilhássemos.
Talvez, teríamos a mesma sina
do tempo.
Ao cair dentro da ampulheta.
Escorregando-se delicadamente
como se fosse apenas memória.