Primeiro veio o silêncio. Depois a palavra, balbuciando fonemas trôpegos... Os sentimentos colidiam com os ventos. E, a poesia assobiava segredos ora alegres, ora mórbidos. Meus olhos convergiam em prece, a alma ralava no lirismo encrespado das folhas de outono. Tudo já fora dito. Todas as palavras, impropérios, todos xingamentos e, mais, infâmias e confissões de uma agonia aguda. Existir é complicado. Racionalizar é complexo. O que seria fácil, no mundo? Escrever essas linhas. Abortar toda a inteligência sã e crédula de que pode entender, decifrar, responder e, mais, corresponder. No ping pong, no xadrez, no dominó. As cartas não são todas marcadas. Ainda há o que nos surpreende... Ainda há o que nos nocauteia... e na lona, no último suspiro antes do desmaio, ainda pensamos: eu resisti!