Gerações Humanas
Resumo: Cada uma dessas gerações tem algumas características específicas e maneiras de pensar, agir, aprender e se comportar nos diferentes ambientes, como o escolar e o profissional. Conhecer esses traços é fundamental, pois ajuda a lidar melhor e de forma mais assertiva com as pessoas dos diferentes grupos geracionais. Numa atualidade em que somos desafiados a nos (re)inventar como docentes e as atividades remotas de ensino passaram a ser uma nova possibilidade, o uso de metodologias ativas tornou-se uma estratégia muito interessante, na medida em que busca tornar o processo ensino-aprendizagem mais atrativo para estas novas gerações que buscam o protagonismo dentro do processo ensino-aprendizagem. Atualmente, entende-se que os procedimentos de ensino são tão importantes quanto os próprios conteúdos de aprendizagem.
Palavras-chave: Psicologia. Pedagogia. Educação. Antropologia. Cultura. Idade Contemporânea.
O termo geração (do latim generatione) refere-se ao grupo de pessoas que nasceram e viveram mais ou menos na mesma época. Pode ser descrito como "o período médio, geralmente tido como de 20 a 30 anos, durante o qual os bebês nascem, crescem, tornam-se adultos e começam a ter filhos", isto é, os conjuntos de descendentes, como a geração baby boomers.
Por ser uma palavra polissêmica, também pode se referir ao ato de se criar algo inanimado, como ideias, som, eletricidade ou um código criptográfico. Aos estágios sucessivos de melhoria no desenvolvimento de uma tecnologia (como a do motor de combustão interna ou os sucessivos lançamentos de produtos com obsolescência planejada, como consoles de videogame e telefones celulares).
Em 1991, os cientistas americanos Neil Howe e William Strauss criaram a teoria geracional. Segundo esta, a cada 20 ou 25 anos nasce uma nova geração, possuindo diferentes traços de caráter, hábitos e identidade, que diferenciam cada uma delas em comparação com as demais.
Howe e Strauss nomearam e definiram as características de cada geração a partir de 1433. No entanto, estamos interessados em mostrar as quatro últimas, com as quais convivemos no dia a dia e podemos facilmente criar uma família regular: o membro menor Miguel (geração Z), sua irmã mais velha (geração Y), seu pai (geração X) e sua avó (geração "Baby Boomers").
Para os propósitos desta lista, "mundo ocidental" pode ser tomado para incluir as América do Norte, Europa e Oceania. No entanto, deve também notar-se que muitas variações podem existir dentro das regiões, tanto geográfica como culturalmente, o que significa que a lista é amplamente indicativa, mas necessariamente muito geral.
Geração Perdida, igualmente conhecida como a geração de 1914 na Europa, é um termo atribuído tradicionalmente a Gertrude Stein para descrever aqueles que lutaram na Primeira Guerra Mundial e depois viveram durante os “Loucos Anos Vinte” . Os membros da geração perdida nasceram por volta de 1883 e 1900.
Geração Grandiosa, também conhecida como a "Grande Geração", é a geração que inclui os veteranos que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Eles nasceram por volta de 1901 a 1924, atingindo a maioridade durante a Grande Depressão .
Enquanto adultos combateram na Segunda Guerra Mundial e viveram a maioria da sua vida adulta e a meia idade durante a prosperidade dos Trinta Anos Gloriosos. A Grande Geração é sucessora da Geração Perdida (1883-1900).
As pesquisadoras Milhome e Rowe, da Universidade Federal da Bahia, identificaram os seguintes cortes geracionais no Brasil:
Geração Nacionalista, nascida entre 1910 e 1929, atingiram juventude e idade adulta durante a Era Vargas.
Geração Pré-Ditadura, nascida entre 1930 e 1943, na infância e começo da adolescência vivenciaram os efeitos da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, já os efeitos da deposição de Vargas e a crise social que resultou na ditadura militar brasileira entre fins da adolescência e entrada na idade adulta.
Geração Reprimida, nascida entre 1944 e 1958, tiveram uma educação mais controladora e chegaram na idade adulta no período mais repressivo da ditadura militar brasileira, como o Ato Institucional n.º 5.
Geração Diretas, nascida entre 1959 e 1968, chegaram na idade adulta no final da ditadura militar brasileira e no contexto das Diretas Já, além de viverem as crises econômicas no fim da década de 1970 e começo da de 1980.
Geração Hiperinflação, nascida entre 1969 e 1978, chegou na idade adulta na crise econômica pós-ditadura militar, viram o Plano Collor e seu impeachment, além da criação do Plano Real e suas primeiras consequências.
Geração Social, nascida entre 1979 e 1991, chegaram na idade adulta no Governo Lula e Dilma Rousseff, vivenciando a estabilidade econômica e de políticas sociais.
Geração 4.0, nascida entre 1992 e 2005, chegaram a vivenciar no começo de seu período de formação macro o governo Dilma Rousseff seguido de seu impeachment, Governo Temer e Bolsonaro, junto da pandemia de COVID-19.
1.A Geração Silenciosa é um termo usado para se referir a pessoas nascidas entre 1925 e 1945, durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Algumas das características dessa geração são:
A Geração Silenciosa era conservadora em suas opiniões políticas, sociais e culturais. Eles valorizavam a estabilidade e resistiam a mudanças rápidas ou radicais na sociedade.
A Geração Silenciosa era econômica e tinha uma nova forma de pensar sobre recursos. Eles tinham um profundo respeito por autoridade.
Eles eram leais a suas carreiras, crenças religiosas, relacionamentos e famílias. Eles experimentaram muitos tempos difíceis e desafios, e precisavam de força e determinação para sobreviver.
Eles defendiam as estruturas familiares tradicionais. Eles tinham uma visão conservadora de gênero, com os homens como provedores e tomadores de decisões, e as mulheres dedicadas ao lar e à criação.
Geração Silenciosa é um termo usado para se referir à população nascida entre 1925 e 1942, nomeadamente durante a Grande Depressão...
2. Geração Baby Boomer (1945 – 1964)
Essa geração tem como principais características a valorização da família, a busca pela paz, ter uma carreira e ganhar dinheiro, sendo que esse deveria vir pelo sucesso na carreira e não o dinheiro em si mesmo, o que para muitos era a busca pela realização pessoal.
Geração Baby Boomers: Normalmente, são as pessoas que nasceram no pós-guerra até a década de 60. Possuem um forte senso de estabilidade e lealdade, tanto na vida pessoal quanto no trabalho.
Os genitores dessa geração tiveram a pior parte: viveram durante o período pós-guerra.
São os Baby boomers — nascidos entre 1945 e 1964 — e seu nome deve-se ao fato de terem nascido durante o período do baby boom, isto é, a época em que a taxa de natalidade disparou em vários países anglo-saxônicos, sobretudo nos Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, depois de a Segunda Guerra Mundial ter terminado.
Trata-se de uma geração invejável, pois viveram em uma época em que todos os jovens gostariam de viver. Viram como John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr se uniram para formar os Beatles em 1962.
Também viveram a chegada do homem à Lua (1969), os melhores tempos dos jogadores de futebol Pelé e Maradona ou a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989.
Passaram por todo o período de evolução tecnológica e pelo surgimento e desenvolvimento dos meios de comunicação, além de desfrutarem de estabilidade (profissional e familiar) e estarem ativos (tanto fisicamente quanto mentalmente).
Apesar de estarem adaptados ao mundo 4.0, os Baby boomers são menos dependentes do smartphone do que as gerações seguintes.
Baby Boomers : São indivíduos que viveram as grandes transformações do pós-guerra. Em geral, criados com muita rigidez e disciplina, cresceram focados e obstinados e valorizam muito o trabalho, a família, a realização pessoal, a estabilidade financeira e a busca por melhores condições de vida
3. Geração X
A Geração X é composta por pessoas nascidas entre as décadas de 1960 e 1980 e tem algumas características marcantes, tais como:
Adaptação tecnológica: a Geração X foi a primeira a crescer com acesso à internet e aos computadores, o que lhes permitiu desenvolver habilidades de adaptação e adoção de novas tecnologias.
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional: os membros da Geração X valorizam a autonomia e a independência, e buscam um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.
A Geração X é, muitas vezes, a aposta das empresas para cargos de maior responsabilidade.
A Geração X prefere uma comunicação mais direta e significativa, e utiliza e-mail e mensagens de texto.
A Geração X é conhecida por ser uma geração “híbrida” em relação às compras, valorizando a experiência física e o atendimento humano.
A Geração X é uma geração bem-informada sobre as notícias e preocupada com a saúde.
Também conhecidos como “Geração Coca-Cola”, em referência à música homônima da banda Legião Urbana, a Geração X se trata das pessoas nascidas aproximadamente entre o início dos anos 1960 e meados dos anos 1980, embora as datas exatas possam variar dependendo da fonte.
Atualmente, são pessoas que têm entre 39 e 55 anos, e representam cerca de 20% da população brasileira.
Esta geração é geralmente vista como uma transição entre os Baby Boomers e a Geração Y (também conhecida como Millennials). O termo apareceu pela primeira vez em 1950, como o título de um ensaio do fotógrafo húngaro, Robert Capa. Porém, foi popularizado pelo autor Douglas Coupland em seu livro de 1991 intitulado “Generation X: Tales for an Accelerated Culture”.
Entre as prioridades da Geração X estão: Equilíbrio entre vida pessoal e profissional: Muitos membros da Geração X valorizam um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.
Eles podem estar interessados em ter uma carreira gratificante, mas também valorizam tempo para suas famílias, hobbies e interesses pessoais.
Os membros da Geração X são pessoas geralmente focados em garantir estabilidade financeira para si próprios e para suas famílias. Isso pode incluir planejamento financeiro para economizar para aposentadoria, comprar uma casa ou financiar a educação de seus filhos.
4. Millenials
A geração Y , também conhecida como Millennials, possui diversas características, entre as quais: Adaptabilidade: São flexíveis e se adaptam rapidamente a novas situações e ambientes.
Tecnologia: São a primeira geração a crescer com a tecnologia, e gostam de usá-la e da flexibilidade que ela oferece.
Trabalho : Valorizam a diversão e um ambiente leve no trabalho, e preferem locais descontraídos.
Mudança de emprego: Costumam mudar de emprego mais do que as gerações anteriores, em busca de um lugar onde se sintam reconhecidos e valorizados.
Instabilidade emocional: Podem ter instabilidade emocional na vida pessoal e profissional, e tendência ao imediatismo e ansiedade.
Relação com o dinheiro: Poupam menos e gastam mais com novas experiências.
Expectativas profissionais: Têm altas expectativas em relação à sua ascensão profissional e são confiante de que vão conquistar seus objetivos.
Idealismo pragmático: Querem mudar o mundo porque precisam ser melhorado.
Preferências de comunicação: Preferem mensagens instantâneas, redes sociais e e-mail.
A revolução foi marcada pelos millennials ou geração Y. Também conhecidos como nativos digitais, os millennials são os nascidos entre 1982 e 1994, e a tecnologia faz parte de seu dia a dia: todas as suas atividades passam por meio de uma tela. On e off estão totalmente integrados em sua vida.
Geração Y ou 'Millenial': os nativos digitais. Também conhecidos como nativos digitais, os millennials são os nascidos entre 1982 e 1994, e a tecnologia faz parte de seu dia a dia: todas as suas atividades passam por meio de uma tela.
5. Geração Z
Geração Z é a geração dos nascidos a partir de 1995. É marcada por indivíduos hiperconectados , ágeis, individualistas, simples, tolerantes e ligados à diversidade.
A geração Z compreende o grupo de pessoas nascidas a partir de 1995. Cresceram junto com a popularização da internet e interagem com o mundo integrando todas as formas de tecnologia disponíveis. Para esse grupo, a visão sequencial do tempo é substituída pela visão paralela do tempo, em que é a realidade é simultânea e é possível realizar várias atividades ao mesmo tempo, acessar várias realidades, participar de diversos grupos.
A Geração Z corresponde aos nascidos a partir de 1995 até aproximadamente 2010, que são a transição do século XX para o século XXI.
É caracterizada pelo domínio das novas tecnologias e pela urgência e multiplicidade de interações realizadas num universo particular, individual e, por vezes, alheio ao ambiente e às relações interpessoais de primeira hora, perfil ilustrado na imagem de um jovem trancado num quarto mexendo no celular e conectado a pessoas de vários lugares, recebendo um grande volume de informações e sem uma interação cotidiana profunda com seus pais e vizinhos.
A diversidade de mídias disponíveis, a velocidade no tráfego de informação, a interatividade no ambiente virtual e o uso cotidiano desses ativos tecnológicos influencia o comportamento dos indivíduos dessa geração, imprimindo polivalência, agilidade, curiosidade.
Os nascidos na geração Z têm o estudo como prioridade, desejam ingressar em cursos universitários, fazer intercâmbios no exterior, têm maior inclinação ao empreendedorismo e recebem bem a ideia de trabalhar em casa. São menos focados em dinheiro e mais focados em qualidade de vida e em melhorar o mundo, pois também têm uma forte carga idealista.
Muitos gostariam de trabalhar fazendo seu hobby. Não desejam um trabalho longevo, mas a realização pessoal rápida e se sentir participantes no aperfeiçoamento da sociedade por meio do seu trabalho e estilo de vida.
Também conhecida como “nativos digitais”, a geração Z é hipercognitiva, tem a capacidade de vivenciar várias realidades ao mesmo tempo, especialmente as digitais, e absorvem uma vasta e complexa gama de informações.
A tecnologia também propicia que disponham de muitos instrumentos para planejamento e controle de suas atividades, por isso saem na frente das gerações anteriores no quesito contornar imprevistos, diminuir a imprevisibilidade dos eventos e agir preventiva e corretivamente de maneira simplificada. São adeptos da praticidade, responsáveis, autodidatas e extremamente realistas e lógicos.
O individualismo da geração Z é vivenciado na desconstrução de rótulos e na experimentação. Não se permitem definir por classe, gênero ou idade. A individualidade é valorizada em si e nos outros, são tolerantes à diferença e agregadores, dialógicos, ponderados, avessos a radicalismos.
Ao contrário dos millenials, que são adeptos da polarização e da hiperexposição, a geração Z utiliza as redes como campo de conciliação e construção. Além disso, preza pela transparência e autenticidade, expõe também suas fragilidades, é a geração da “selfie de cara limpa”. Não consomem o que é comunicado de maneira artificial.
Interessados na diversidade, os indivíduos da geração Z participam de vários grupos ao mesmo tempo, buscam pontos de conexão em correntes de pensamento e comportamento diferentes, são inclusivos.
As características da Geração Z são: Interage com diversos equipamentos tecnológicos e eletrônicos ao mesmo tempo. Seu conceito de mundo desconhece fronteiras físicas e geográficas; Rapidez e agilidade nas interações e no trânsito de informações; Habilidade de realizar várias atividades simultaneamente; Senso de urgência em relação às próprias expectativas; Flexibilidade e adaptabilidade à mudança; Pragmatismo em relação às necessidades profissionais e pessoais; Tolerância e abertura à mudança social; Identidade fluida e sem rótulos; Valorização do acesso, e não da posse; Autonomia como valor inegociável.
Os indivíduos da geração Z nasceram num período em que a conexão com a tecnologia no cotidiano já era muito forte. Seu processo de socialização foi hiperconectado e isso exerceu influência direta sobre seu modo de se relacionar com outras pessoas, agir e conduzir sua vida profissional e pessoal.
A facilidade de comunicação e distribuição de informação impacta seu comportamento e suas expectativas quanto ao mundo do trabalho.
Buscam no ambiente empresarial um perfil semelhante ao seu ambiente pessoal, ou seja, interatividade, fluidez e autonomia aliadas à tecnologia. São repelidos pelo modelo de autoridade vertical, pois a autonomia é um valor muito caro à Geração Z.
A atração desses talentos para o mercado de trabalho demanda a reformulação nos padrões de seleção e recrutamento, plano de carreira, nível salarial.
6. Geração Alpha
A geração Alpha é o grupo de pessoas nascidas a partir de 2010 e até 2025, sendo a geração atual. O termo foi criado pelo sociólogo australiano Mark McCrindle, que escolheu a primeira letra do alfabeto grego para marcar a primeira geração a nascer totalmente no século XXI.
Os Alphas são caracterizados por serem nativos digitais, ou seja, nasceram e cresceram em um mundo onde a tecnologia é parte integral da vida cotidiana. Eles não veem separação entre os universos on e offline, e a forte presença da tecnologia no seu dia a dia pode ter impactado a sua saúde mental.
Algumas características da geração Alpha: São filhos da geração Millennial (nascidos entre 1981 e 1994).
São conhecidos por serem atentas e observadoras; Valorizam a flexibilidade e inovação no trabalho; Expectativa de suporte contínuo para a saúde mental; Aprendem fazendo, ou seja, o conhecimento é adquirido através da experiência; Reconhecem os pais como seus maiores ídolos;
As gerações são determinadas a partir do comportamento das pessoas que nasceram no mesmo período, mais do que uma classificação cronológica.
Geração Alpha é o nome dado aos nascidos a partir de 2010 e às crianças que ainda vão nascer até 2025. Portanto, é a geração atual. Conhecida também como Gen A, eles sucedem a geração Z, que engloba os nascidos entre 1997 e 2009.
A principal característica da gen A é a conectividade com a tecnologia. Essas crianças pertencem ao mun0do tecnológico desde que nasceram e têm acesso aos estímulos desse ambiente desde os primeiros meses de vida.
Segundo a pesquisa Panorama, realizada pela Mobile Time e pela Opinion Box, 44% das crianças brasileiras entre 0 a 12 anos têm o seu próprio smartphone.
O estudo também mostra que essas crianças passam quase quatro horas por dia conectadas ao aparelho. Isso faz com que a geração aprenda, se desenvolva e se relacione de maneira diferente, o que reflete no perfil das pessoas nascidas a partir de 2010.
A geração Alfa abrange as pessoas nascidas a partir de 2010, ou seja, que cresceram em um mundo totalmente digital. Na verdade, seu surgimento coincide com o lançamento do primeiro iPad da Apple.
Termo que foi cunhado por Mark McCrindle, fundador da empresa de consultoria australiana McCrindle Research, que explica como surgiu: "Está em consonância com a nomenclatura científica de usar o alfabeto grego em vez do alfabeto latino, portanto não fazia sentido voltar à letra A, afinal de contas é a primeira geração nascida totalmente no século XXI e, consequentemente, são o começo de algo novo, não um retorno ao antigo.
Estabelecer quando uma geração termina e outra começa não é uma ciência exata, mas o centro de pesquisa Pew Research Center destaca que: "É uma forma de entender como os eventos globais e as mudanças tecnológicas, econômicas e sociais interagem para definir a forma como um conjunto de pessoas veem o mundo." Além disso, é uma forma de fazer comparações entre as diferentes gerações .
Os especialistas também apontam que o tempo entre uma geração e a outra está se tornando cada vez menor devido às rápidas e contínuas mudanças que o mundo está passando devido à transformação digital. Tanto é assim que as gerações são definidas cada vez mais pelo uso de uma tecnologia do que por eventos históricos ou sociais.
Este é o caso da geração Alfa, que vai jogar, aprender e interagir de uma forma completamente nova graças às novas tecnologias.
A Geração Beta é o mais novo grupo de consumidores, que chegará entre meados de 2020 e 2040. Geração Beta: embora não haja consenso, para uns, esta geração nasce a partir de 2020 e para outros, 2025.
Segundo relatório do grupo europeu Europol, estima-se que até 2026, 90% do conteúdo disponível online será gerado sinteticamente pela IA (Inteligência Artificial). Isso vai alterar consideravelmente os conceitos de verdade e realidade, além da forma de consumo.
Entre as gerações, a Beta poderá pertencer ao menor grupo populacional, mas terá uma incalculável influência na forma como interagimos com a tecnologia. À medida que crescerem e prosperarem, as suas expectativas e demandas oferecerão um novo olhar do futuro. Tecnologia e humanidades estarão intimamente entrelaçadas.
Referências
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COUPLAND, Douglas. Geração X: Contos para uma Cultura Acelerada. Generation X: Tales for an Accelerated Culture. Canadá: St. Martin's Griffin, 2021.
DURKHEIM, E. Educação e sociologia. São Paulo: Melhoramentos, 1978.
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MANNHEIM, K. Mannheim: sociologia. São Paulo: Ática, 1982.
McCRINDLE, Mark. Generation Alpha: Undestanding Our Children and Helping them thrive. Austrália: Hachette, 2023.
MILHOME, Jaqueline Cavalcante (2022). Gerações Brasileiras (PDF). Uma proposta de classificação e de identificação dos valores pessoais e no trabalho (Tese). Salvador: Universidade Federal da Bahia. 164 páginas. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/37082/1/Tese%20de%20Doutorado.pdf Acesso em 20.10.2024.
SANTOS, B. S. Para uma pedagogia do conflito. In: SILVA, L. E. (Org). Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996. p. 15-33.
STRAUSS, William; Neil Howe (1991). Generations: The History of Americas Future. New York: Harper Perennial. 279 páginas. ISBN 978-0-688-11912-6.
TEIXEIRA, Inês. Gerações. Disponível em: https://gestrado.net.br/verbetes/geracoes/ Acesso em 20.10.2024.
TEIXEIRA, I. A. C. Temporalidades (con)viventes nos territórios da educação. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 1, n. 34, p. 85-102, 2001.
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