Cavaleiros do Apocalipse
Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Os quatro cavaleiros do apocalipse são respectivamente conquista, guerra, fome e morte, que para os cristãos irão acontecer antes do fim de todas as coisas.
Representaram os julgamentos que a humanidade enfrenta desde a sua origem. A cor do cavalo os representa: branco é conquista, vermelho é guerra, preto é fome e amarelo é morte.
Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Reprisa-se que são respectivamente conquista, guerra, fome e morte, que para os cristãos irão acontecer antes do fim de todas as coisas.
Após contemplar toda a estrutura da organização celestial de Deus, João vê em sua mão direita um rolo (manuscrito enrolado em formato cilíndrico) com sete selos (Apocalipse 5:1–2.) Em seguida Jesus Cristo (descrito como o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, um cordeiro em pé, como se tivesse sido morto) tira o rolo da mão direita daquele que está assentado sobre o trono (Apocalipse 5:5–9).
Esses cavaleiros começam sua cavalgada por ocasião da abertura do primeiro desses "sete selos" e a cada selo aberto um cavaleiro aparece no total de quatro (Apocalipse 6:1-Apocalipse 7:17). Há interpretações que associam esses eventos com os descritos nas visões do profeta Daniel que se iniciam no final das 70 semanas e cavalgam até a Grande tribulação findando no Armagedom.
Em outros livros de profetas bíblicos como Isaías, Daniel e Ezequiel aspectos da narrativa como local, tempo, quantidade, personagens envolvidos e referências são vistos de forma simbólica e muitas vezes interpretados de maneira relacionada a outras passagens bíblicas e acontecimentos passados ou atuais.
O número quatro na simbologia numérica bíblica representa quadrangulação em simetria, universalidade ou totalidade simétrica, como em quatro cantos da Terra, quatro ventos. Verifica-se também em outros textos (Apocalipse 4:6; Apocalipse 7:1–2; Apocalipse 9:14; Apocalipse 20:8; Apocalipse 21:16), provavelmente tornando esses quatro Cavaleiros parte de um único evento relacionado.
Em muitas culturas, o cavalo é símbolo de impetuosidade e impulsividade relacionadas com os desejos humanos, além de ser associado com água e fogo por serem muitas vezes incontroláveis. Também é tido como a relação com o divino servindo de guia de almas, sendo muitas vezes enterrados junto com seus donos. Exprime também vigor e virilidade, por vezes simbolizando a juventude.
No contexto histórico, principalmente nos campos de batalha, o cavalo era treinado muitas vezes para matar soldados com suas patas ou sua boca, portanto nessa narrativa esses cavalos e seus cavaleiros podem representar (e muitas interpretações os descrevem assim) uma cavalgada (campanha) com toques de guerra trazendo suas consequências por onde passam.
As cores dos cavalos dizem muito dos respectivos cavaleiros como:
Branco - Pureza, santidade, régio;
Vermelho - Sangue, assassinato, guerra;
Preto - Obscuridade, peste, maldição;
Amarelo - Corpo em decomposição, morte.
Seus apetrechos mostram característica a respeito do papel que desempenham ou a consequência de sua cavalgada:
Arco e coroa - Símbolo da guerra e do poder;
Espada - Principal arma dos exércitos antigos, usada como símbolo de assassinato;
Balança - No contexto denota desigualdade ou injustiça (no caso de alimento);
Jarra - Traz a peste dentro.
A Ordem em que são chamados revela uma sucessão progressiva, pois eles não são chamados ao mesmo tempo, levando muitos a associar essa visão com acontecimentos do início do século XX, chegando à conclusão que o final das "Setenta Semanas" seria 1914, o primeiro cavaleiro Jesus Cristo e os outros cavaleiros sinais de sua presença.(Mateus 24:3–21)
Os quatro Cavaleiros do Apocalipse representados no Apocalipse do Lorvão, século XII. Diz a Bíblia que ele é o mais Seguido de todos, o que remete a Zacarias 10:3-5, onde o profeta reúne seu "rebanho" e segue após ser "coroado", travando batalhas contra seus inimigos (pregando). Este cavaleiro faz pensar nos partos ("Feras da terra"), cuja arma característica era o arco, terror do mundo romano no século I.
O Cavaleiro do Cavalo Vermelho, que tem uma Grande Espada, símbolo das guerras sangrentas. Acredita-se que o mesmo representa os flagelos, os meios pelos quais Deus castigaria e oprimiria os adoradores da besta e do falso profeta.
O Cavaleiro do Cavalo Negro, carrega consigo uma Balança e traz com isso, segundo uns, a justiça (proteção aos justos), segundo outros (a maioria dos estudiosos) o colapso econômico e a fome, pois a balança seria símbolo dos alimentos racionados e dos preços exorbitantes.
O Cavaleiro do Cavalo Baio (amarelo-esverdeado: a cor do cadáver que se decompõe), traz consigo a morte, a privação do plano terrestre, sendo ele o último cavaleiro.
A tradição popular perpetuou a ideia de que este último animal seria uma égua esquálida e não um cavalo. A citação do Inferno que a acompanha é, tradicionalmente, representada pelo Leviatã a engolir as vítimas, destinadas à morte eterna.
Tal linguagem simbólica permite grande número de interpretações, por diferentes pessoas e diferentes correntes cristãs. Como principais interpretações podem ser consideradas as seguintes, por serem as que tem maior quantidade de adeptos:
Visão temporal: Os quatro cavaleiros representariam eventos da época em que a "profecia" teria sido escrita. O primeiro cavaleiro representaria a esperança de derrota dos romanos (e consequentemente o término da perseguição aos cristãos) por povos vindos do Oriente, provavelmente os alanos, que eram famosos arqueiros (notar a descrição de Apocalipse 6:2, que diz "cavaleiro com um arco"). Os demais cavaleiros indicariam a queda dos romanos. (esta interpretação é a que tem menos adeptos religiosos, porém a mais aceita nos meios céticos).
Visão futurista: A mais comum entre os cristãos protestantes. Os quatro cavaleiros representariam os quatro primeiros eventos do "fim do mundo".
O primeiro seria um grande líder que conquistaria grande poder e autoridade (motivo pelo qual muitos o identificam como o AntiCristo), o segundo significaria uma "guerra mundial" entre o homem representado pelo primeiro cavaleiro e aqueles que não aceitariam a sua dominação, o terceiro seria a "fome" ou racionamento de alimentos, causada por estes se tornarem raros com a guerra, e o quarto seria uma grande crise de mortalidade, como uma consequência dos cavaleiros anteriores.
Visão interpretativa: Os quatro cavaleiros representariam os períodos históricos da igreja cristã. Onde o primeiro cavaleiro seria o "cristianismo original", que "conquistaria" grande número de seguidores, após isto, os muitos seguidores de Cristo se separariam e começariam a brigar ("guerrear") pelo direito de interpretar os ensinos e as crenças cristãs (muitos consideram como o período dos primeiros Concílios), o terceiro cavaleiro representaria a "fome pela Palavra de Deus" (ver Amós 8. 11), ocasionada pelos muitos líderes que ocultariam tal ensino (muitos considerando este período como a época da Idade Média) e o último cavaleiro seria a "morte espiritual", causada pela propagação de falsas doutrinas e religiões que substituiriam o verdadeiro cristianismo (muitos considerando que tal período se iniciaria com a Reforma protestante e seguiria até o "fim dos tempos"), o que levariam as pessoas diretamente para o "inferno" (notar a descrição deste cavaleiro de Apocalipse 6:8 que diz: "e o inferno o seguia").
Acredita-se que o Livro do Apocalipse tenha sido escrito provavelmente durante o reinado do imperador romano Domiciano (governou de 81 a 96 d.C.). No primeiro capítulo do livro, o autor se apresenta pelo nome Ἰωάννης (Iōánnēs), que é a forma grega do nome hebraico יוֹחָנָן (Yôḥānān), que significa “YHWH é Gracioso”. O nome grego Ἰωάννης é geralmente anglicizado como João.
Em 62 d.C., duas legiões romanas sob o comando de Lucius Caesennius Paetus foram derrotadas pelos partos e forçadas a se render na Batalha de Rhandeia. Como João descreve o primeiro cavaleiro como um arqueiro montado a cavalo, a imagem imediata que estaria na mente de todos os leitores seria uma conquista parta.
O segundo cavaleiro é geralmente interpretado na cultura popular como “Guerra”.
Essa interpretação provavelmente está correta, embora seja importante esclarecer que tipo de guerra o segundo cavaleiro simboliza. Enquanto o primeiro cavaleiro simboliza a Conquista, o segundo cavaleiro provavelmente simboliza especificamente a Guerra Civil.
O cavaleiro é descrito como carregando uma grande espada, que simboliza a violência que ele foi enviado para causar em toda a Terra. A palavra grega que é usada aqui que é traduzida como “espada” é μάχαιρα (máchaira), que originalmente se referia especificamente a um tipo de faca grande, semelhante a um facão, que era usada principalmente para cortar em vez de esfaquear e era especialmente associada a combatentes de cavalaria. O escritor grego Xenofonte (viveu de 431 a 354 a.C.) recomenda notavelmente que os combatentes da cavalaria usem um μάχαιρα em vez de um ξίφος (xíphos).
A cultura popular interpretou o terceiro cavaleiro como “Fome”. Esta interpretação é quase certamente correta. As balanças que a figura descreve como segurando representam a maneira como o pão será medido durante o tempo de fome. Nos tempos antigos, quando as colheitas cresciam bem e havia pão suficiente para todos, as pessoas não precisavam medir o pão por peso. Durante os tempos de extrema fome e escassez, no entanto, o pão tinha que ser cuidadosamente racionado e medido por peso.
Assim, em épocas de seca, quando o grão era extremamente escasso, as pessoas ainda podiam contar com as oliveiras e as videiras para se sustentar. João de Patmos provavelmente incluiu menção a isso para transmitir que a fome que ele está prevendo não será o fim do mundo em si, mas apenas um prenúncio do Fim que se aproxima.
A personificação da morte era uma figura recorrente no folclore, na arte e na literatura da Grécia antiga.
Na arte grega, a Morte é geralmente retratada como um jovem nu com asas emplumadas e uma espada na cintura. Independentemente das intenções de João de Patmos, é altamente provável que esta seja a imagem que muitos dos leitores originais do Livro do Apocalipse teriam em mente ao ler a descrição do quarto cavaleiro como “Morte”.
O cavalo que a Morte monta é descrito usando a palavra grega χλωρός (chlōrós), que se refere à parte do espectro de cores que varia do amarelo ao verde pálido.
Em muitas traduções, esta palavra é traduzida simplesmente como “pálido”, o que é um pouco enganador. João de Patmos não está falando de um cavalo branco, mas sim de um cavalo que é algum tipo de cor verde doentia. (Ironicamente, é o cavaleiro final, a Morte, que está associado à doença — não o primeiro. “Pestilência” é até mesmo mencionada especificamente no texto como um dos atributos da Morte.)
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse descritos no Livro do Apocalipse são: Conquista, Guerra Civil, Fome e Morte. Além disso, ao contrário das representações na cultura popular moderna, no Livro do Apocalipse, os Quatro Cavaleiros não são descritos como as causas do Fim, mas apenas precursores do Fim. João está dizendo que o Fim dos Tempos será precedido por conquista, guerra civil, fome e morte. Ele teria concordado com a afirmação atribuída a Jesus no Evangelho de Mateus de que “tudo isso é apenas o começo das dores do parto”.
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse são figuras simbólicas que aparecem no Livro do Apocalipse, o último livro do cânon do Novo Testamento. Eles parecem figuras familiares para a maioria de nós. Mesmo que você não seja cristão ou não tenha sido criado como cristão, provavelmente já foi exposto à ideia dos “Quatro Cavaleiros” através da cultura popular. O retrato da cultura popular dos Quatro Cavaleiros, no entanto, não é muito preciso. Por exemplo, quase todas as adaptações da cultura popular confundem a identidade do primeiro cavaleiro.
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse aparecem com bastante frequência em obras de fantasia contemporâneas. De todas as imagens do Livro do Apocalipse, os Quatro Cavaleiros são as que parecem aparecer com mais frequência na cultura popular. Certamente, tenho visto muito mais programas de televisão que incluem os Quatro Cavaleiros do que incluem Jesus com pés de bronze, olhos ardentes e rosto brilhante com uma espada saindo de sua boca do capítulo um ou das quatro de seis asas, criaturas vivas que cantam eternamente cobertas de olhos do capítulo quatro.
A cultura popular interpretou o terceiro cavaleiro como “Fome”. Esta interpretação é quase certamente correta. As balanças que a figura descreve como segurando representam a maneira como o pão será medido durante o tempo de fome. Nos tempos antigos, quando as colheitas cresciam bem e havia pão suficiente para todos, as pessoas não precisavam medir o pão por peso. Durante os tempos de extrema fome e escassez, no entanto, o pão tinha que ser cuidadosamente racionado e medido por peso.
Referências:
Spencer McDaniel, “The Fascinating Truth about the Four Horsemen of the Apocalypse — Tales of Times Forgotten”.