"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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Dia de Beethoven

Dia de Beethoven

 

 

Há duzentos e cinquenta e quatro anos nascia Ludwig van Beethoven foi um compositor e pianista alemã, um músico dos mais reverenciado de toda história da música ocidental. Situam-se suas obras na transição do período clássico para a era romântica.

 

Sua primeira grande obra orquestral, a Primeira Sinfonia, estreou em 1800 e seu primeiro conjunto de quartetos de cordas foi publicado em 1801. Apesar da deterioração de sua audição durante esse período, ele continuou a reger, estreando sua Terceira e Quinta Sinfonias em 1804 e 1808, respectivamente. Seu Concerto para violino apareceu em 1806. Seu último concerto para piano (nº 5, Op. 73, conhecido como O Imperador), dedicado ao seu frequente patrono, o arquiduque Rodolfo da Áustria, estreou em 1811, sem Beethoven como solista. Ele estava quase completamente surdo em 1814 e então desistiu de se apresentar e aparecer em público. Ele descreveu seus problemas de saúde e sua vida pessoal insatisfeita em duas cartas, seu Testamento de Heiligenstadt (1802) para seus irmãos e sua carta de amor não enviada a uma desconhecida intitulada "Amada Imortal" (1812).

 

Depois de 1810, cada vez menos envolvido socialmente, Beethoven compôs muitas das suas obras mais admiradas, incluindo sinfonias posteriores, música de câmara madura e as últimas sonatas para piano. A sua única ópera, Fidelio, apresentada pela primeira vez em 1805, foi revista para a sua versão final em 1814. Compôs Missa solenis entre os anos de 1819 e 1823 e a sua Sinfonia final, n.º 9, um dos primeiros exemplos de sinfonia coral, entre 1822 e 1824. Escritos em seus últimos anos, seus últimos quartetos de cordas, incluindo o Grosse Fuge de 1825–1826, estão entre suas realizações finais. Após vários meses de doença, que o deixou acamado, faleceu em 1827.

 

Sua mãe, Maria Magdalena Keverich (1746–1787), era filha do chefe de cozinha do príncipe da Renânia, Johann Heinrich Keverich. Casou-se duas vezes. O primeiro marido foi Johann Doge Leym (1733–1765). Tiveram apenas um filho, Johann Peter Anton, que nasceu e morreu em 1764 (morte na infância). Depois da morte do marido, Magdalena, viúva, casou-se com Johann van Beethoven (1740–1792). No total, tiveram sete filhos:

 

Ludwig Maria: nasceu em 1769 e morreu poucos dias depois de seu nascimento (morte na infância);

Ludwig van Beethoven (1770–1827);

Kaspar Anton Carl van Beethoven (1774–1815);

Nicolaus Johann van Beethoven (1776–1848);

Anna Maria, que nasceu e morreu em 1779 (morte na infância);

Franz Georg (1781–1783: morte na infância); e

Maria Magdalena (1786–1787: morte na infância).

 

 

Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe diagnosticado, por volta de 1796, aos 26 anos de idade, a congestão dos centros auditivos internos (que mais tarde o deixou surdo), o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões.

 

"Devo viver como um exilado. Se me acerco de um grupo, sinto-me preso de uma pungente angústia, pelo receio que descubram meu triste estado. E assim vivi este meio ano em que passei no campo. Mas que humilhação quando ao meu lado alguém percebia o som longínquo de uma flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto de um pastor e eu nada escutava! Esses incidentes levaram-me quase ao desespero e pouco faltou para que, por minhas próprias mãos, eu pusesse fim à minha existência. Só a arte me amparou!"

In: Ludwig van Beethoven, no Testamento de Heilingenstadt, a 6 de Outubro de 1802.

 

Ao longo dos últimos séculos, especialistas em medicina têm tentado descobrir o que causou a perda de audição de Beethoven. Alguns sugeriram doença de Paget, com base na sua autópsia. Outras possibilidades passavam por otosclerose, marcada pelo crescimento ósseo incomum no ouvido, sífilis terciária, envenenamento por metais pesados, lúpus, febre tifóide e sarcoidose.

 

No entanto, nenhuma condição sugerida nos últimos 200 anos conseguia explicar até então perfeitamente todos os sintomas relatados por Beethoven. Em 2020, um grupo de otorrinolaringologistas de Itália, encontraram uma nova pista que pode apontar para a origem da perda auditiva de Beethoven. Esta pode ter sido causada por envenenamento por chumbo. Não é uma sugestão incomum porque, em 2005, uma análise das amostras de cabelo e crânio de Beethoven mostrou que tinha altos níveis de chumbo no corpo.

 

Depois de 1812, a surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho levaram-no a uma crise criativa, que faria com que durante esses anos ele escrevesse poucas obras importantes. Neste espaço de tempo, escreve a Sinfonia n.º 7 em Lá Maior, Op.92, entre 1811 e 1812, a Sinfonia n.º 8 em Fá Maior, Op.93, em 1812, e o Quarteto em Fá Menor, Op.95, intitulado de Serioso, em 1810.

 

A partir de 1818, Ludwig, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: a Sonata n.º 29 em Si bemol Maior, Op.106, intitulada de Hammerklavier, entre 1817 e 1818; a Sonata n.º 30 em Mi Maior, Op.109 (1820); a Sonata n.º 31 em Lá bemol Maior, Op.110 (1820–1821); a Sonata n.º 32 em Dó Menor, Op.111 (1820–1822); as Variações Diabelli, Op.120 (1819–1823), a Missa Solemnis, Op.123 (1818–1822).

 

 

A culminância destes anos foi a Sinfonia n.º 9 em Ré Menor, Op.125 (1822–1824), para muitos a sua obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Friedrich Schiller, "Ode à Alegria", feita pelo próprio Ludwig van Beethoven.

 

Os anos finais de Ludwig foram dedicados quase exclusivamente à composição de Quartetos para Cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras, como o Quarteto em Mi bemol Maior, Op.127 (1822–1825); o Quarteto em Si bemol Maior, Op.130 (1825–1826); o Quarteto em Dó sustenido Menor, Op.131 (1826); o Quarteto em Lá Menor, Op.132 (1825); a Grande Fuga, Op.133 (1825), que na época criou bastante indignação, pela sua realidade praticamente abstrata; e o Quarteto em Fá Maior, Op.135 (1826).

 

Na Astronomia mereceu batizar com seu nome a terceira maior cratera do planeta Mercúrio, bem como o asteroide do cinturão principal, 1815 Beethoven.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 16/12/2024
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