Idiota era apenas egoísta
A palavra idiota advém do grego idiotés que originalmente não continha pejora ou desrespeito. Não se relacionava com o grau de inteligência da pessoa. Designava pessoas que não participavam e nem se interessavam por assuntos públicos. E, naquela época, a participação política era considerada importantíssima. Afinal apenas viver uma vida privada não era considerado ser plenamente humano. Em sua etiologia, o idios significa próprio, particular, peculiar. E, o mesmo elemento existe nas palavras idioma e idiossincrasia. Já no século XIX, entrou no vocabulário psiquiátrico que passou a utilizar o termo "idiotia" para grave retardo mental. Na Idade Média, o sentido original de idiota persistiu nas línguas que herdaram a palavra. No Novo Testamento, observa-se que o evangelista Mateus empregava o vocábulo grego morros que significa doido, louco, insensato, idiota. Já o evangelista Lucas e São Paulo usam o vocábulo grego afron que significa estúpido, ignorante. No início do século XX, os psicólogos franceses Alfred Binet e Theodore Simon criaram o primeiro teste de inteligência moderno que calculava o quociente intelectual vulgo QI com base na capacidade de crianças de realizar tarefas como apontar para o nariz e contar moedas. Pessoas com QI inferior a setenta ganhou nomenclatura de idiota, correspondente a adulto com idade mental a três anos; entre 3 a 7 anos, era imbecil e, entre 7 a 10 anos, débil mental. Em algumas culturas, o idiota tanto quanto o imbecil caiu em desuso na medicina, por ser considerado ofensivo. De qualquer maneira, antes de ofender chamando alguém de idiota fique atento a evolução da palavra. Talvez nem valha a pena.