"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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No mundo ocidental, particularmente, na cultura cristã, a troca de presentes durante o Natal tem origem na história dos Reis Magos que trouxeram presentes ao menino Jesus.  Já nas culturas orientais, a troca de presentes é encarada como forma de atrair boa sorte e afastar o mal. A troca de presentes nos aniversário nos remete à Roma Antiga, onde comemorara o dia especial. Para Zygmunt Bauman o hábito de dar presentes nada mais é que ferramenta social usada para estabelecer e manter relacionamentos estáveis entre grupos e indivíduos.  Diferente de uma transação de negócios, que é motivada pelo lucro, a reciprocidade de uma troca de presentes não é imediata, nem sua recompensa pré-calculada. No entanto, elas presenteiam esperando algo em troca. Em “Ética pós-moderna”, Bauman afirma: “A gentileza [praticada] será, eventualmente, retribuída por alguém, de preferência em excesso, e não necessariamente pela mesma pessoa a quem a gentileza foi praticada, nem necessariamente na mesma forma ou contexto”. A Teoria do Apego postula que o tipo de vínculo afetivo que formamos, enquanto crianças, com nossos cuidadores primários (primary caregivers) determinam nosso comportamento afetivo na vida adulta. Isso implica em como formamos novos vínculos afetivos e como regulamos angústias internas, como ansiedade, raiva, depressão e desapego emocional. Dos padrões de apego propostos por Bowlby, os pesquisadores analisaram três: seguro, ansioso e evitante. Segundo os estudos de Bowlby, indivíduos criados em lares estáveis por cuidadores abertos e atenciosos se tornam pessoas com apego “seguro”. Elas possuem uma autoestima positiva e, quando adultas, são confiantes e não tem medo de intimidade em seus relacionamentos. Nas celebrações judaicas, presentear também é um ritual comum. Em algumas ramificações do judaísmo, quem está casando recebe dos mais velhos um pouco de pão, para que nunca falte alimento na nova vida, e sal, como símbolo de uma união indestrutível. Se somos recíprocos por natureza, distribuir "mimos" é um bom meio de criar comprometimento. Quem ganha um presente sente imediatamente a necessidade de retribuição. É por isso que tantas sociedades, em tantas épocas, usaram os presentes para estabelecer as conexões e fechar contratos ou alianças de guerra. Afinal, agrados abrem portas e selam compromissos. Mas, sempre há uma dúvida: como presentear?

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 06/11/2024
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