O Reino da Dúvida.
O Reino da Dúvida.
A expressão "pelo sim, pelo não" representa quando alguém tem dúvida sobre algo. Vivemos o mundo que é o Reino da Dúvida. Duvidamos até da Ciência. Da Religião. Das palavras, pessoas e até, pasmem, do poema. No frenético mundo contemporâneo eivado de uma dinâmica catatônica, escolher, julgar e opinar são tarefas hercúleas. No fundo, as expressões idiomáticas são vestígios latentes da cultura. E, a cultura brasileira tem na língua pátria um desafio constante. Não só a respeito da literatura mas, principalmente, no uso coloquial e até provinciano. Existem várias expressões interessantes, como "chorar as pitangas" que significa lamuriar e, a explicação vem de Câmara Cascudo que afirmou que frase está relacionada à expressão portuguesa "chorar lágrimas de sangue". Afinal, a pitanga se assemelha a uma lágrima e por sua cor vermelha nos remete a ideia do sangue. Seria assim, uma adaptação à brasileira. Mas, quando escuto "pelo sim, pelo não", tenho mesmo a vontade de "chutar o balde", literalmente. Não há registro confirmado, mas alguns estudiosos afirmam que a origem dessa expressão está na execução pela forca. Quando os condenados ficavam em pé sobre um bloco, e colocavam a corda ao redor do pescoço e, aí, o bloco era retirado para que ele fosse enforcado. Mas, em época eleitoral, pensamos mesmo no Voto de Minerva que é uma adaptação latina da mitologia grega. Quando Orestes matou a própria mãe e o amante desta para vingar a morte de seu pai Agamenon. E, então, para escapar da pena capital, a morte, Orestes pediu ajuda ao Deus Apolo, que atuou como seu advogado no julgamento presidido por Atena que tem o nome de Minerva, na versão romana. Como a votação do júri era formado por doze cidadãos terminou empatada, era Minerva, a deusa da Razão e da Justiça que dava o voto decisivo, inocentando Orestes... apesar de seu matricídio. "Pelo sim, pelo não", com ironia e sagacidade, o político Churchill continuou: “é a pior forma de governo, exceto por todas as outras formas que já foram tentadas na história”.