Eram dois irmãos e gêmeos. Um se chamava José Cosme e o outro José Damião. E, por coincidência nasceram em 27 de setembro. Seus pais era católicos e umbandistas. Dona Zilda, a mãe teve um parto muito difícil. E, naqueles tempo, um parto feito em casa contando apenas com parteira. Foi um autêntico milagre nascerem com vida e a mãe sobreviver. Cresceram e, chegou a hora de fazerem o ensino médio. Cosme queria fazer técnico em eletricidade e Damião queria fazer o técnico em mecânica. Então, ambos embarcaram no trem em direção a Capital, a grande São Paulo. Os dois jovens além de estarem ansiosos também guardavam algum receio. Afinal, agora não contavam com a proteção direta dos pais. Damião se preocupava como seria a próxima parada. Eles levavam um fardo com comida, água e suco de caju. Já Cosme apenas desejava conhecer Sampa, a grande capital, de arranha-céus e, cheia de gente. Pois da cidadezinha que vinham era pequena e, pasmem, literalmente todos se conheciam pelo nome. Lá vinha a próxima parada que se chamava Campo Limpo Paulista. Os dois conseguiram realizar os respectivos técnicos. Damião foi depois fazer a faculdade de Engenharia Mecânica e, Cosme a de Elétrica, na USP. E, como eram gêmeos idênticos mantiveram o infeliz hábito de se vestirem exatamente igual... Enfim, sempre voltavam para visitar os velhos pais. Seu José o pai veio a falecer primeiro e, depois, bem depois, Dona Zilda que faleceu com quase cem anos. A próxima parada sempre nos traz a esperança de dias melhores, de pessoas melhores e, principalmente, de uma humanidade mais empática.