Amar secretamente.
Amar em sussurros
Amar nas entrelinhas
Em vírgulas, travessões ou
interrogações...
Amar apesar de tudo.
Amar em dinâmica celeste
e brutal.
Amar o giroscópio
Que elabora inúmeras elipses
sem jamais alterar a velocidade angular
Amar debaixo dos tapetes.
Subliminarmente
Amar pelas interdições
de sentidos,
de sentimentos,
de palavras ou gestos.
Amar simbolicamente.
Como um cálice.
Como uma gota de orvalho.
Ou ainda, a derradeira
visita da primavera.
Amar, amar e amar.
Em reticências infinitas.
Em horizontes rubros.
Em veias ensanguentadas.
E, principalmente, em silêncios rituais.
Onde cada olhar é uma confissão.
Do incomensurável.
Sem nenhum fonema sequer.