Confissões desnecessárias.
Fomos educadas para ser casta diva. Guardar nossa pureza. Resguardar-se em sensatez e submissão.
Juro que tentei... Juro que insisti em seguir fielmente todos os padrões impostos por uma sociedade patriarcal e até
misógina. Mas, sucumbi, pois tudo que desejava era ter minha dignidade humana respeitada... Sentia-me uma ameba inconfidente.
Rejeitada e infectada com ânsia de liberdade e autonomia. A alma conhecia o vento, a tempestade, as nuvens e, até os anéis
de saturno que vestia nos dedos para ter o comando das mãos.
Fomos educadas para tantas coisas... de não gritar, não reclamar, não reivindicar... Todos os gestos poderiam lhe condenar
a ser alcunhada de "encrenqueira", "barraqueira" ,ou apenas, como um mau negócio... Não podia admitir ser tratada como mera serva, ou objeto de pretensões meramente carnais e sociais. Eu sou sujeito e responsável por minha existência.
Sou mais um ser humano, não posso ter o status de um pet ou de um mero objeto.
Perdoe-me a insistência. Mas, não posso desistir de ser o que naturalmente eu sou.
Abraços cariocas