A mancha é negra;
A nódoa é branca.
Ausência de luz.
Presença de luz.
O abismo é profundo.
O labirinto é raso.
Caminhos e descaminhos.
Encontros e paradoxos.
A luz ilumina as cores.
Os caminhos tecem paradoxos
Em silêncio e, em segredo.
Degredo.
Exílio das aparências.
A ilha secreta e imaginária.
Quem me dera.
Ter uma âncora para firmar-me
no infinito.
Ou um lápis para escrever
na linha do horizonte.
Um poema,
uma sílaba
ou apenas um sussurro...
E, aí vem o vento invernal
a bafejar o frio
e trazer para o corpo
o remanso da alma.
O sol era amarelo.
O mar era azul.
As conchas era coloridas
Quando iremos aprender
com todas as diferenças?
Quando superarmos a dor
da impressão
A mancha não era negra.
A nódoa não era branca
E tudo entre um cinza e outro
revelava-se em fonte de luz.