Primeiro, veio a chuva.
E, lavou minha alma...
Enxaguou-me com calma
Tirou meus pruridos
Não sentia a pele nem os ossos
Não percebia nem os entes queridos.
Fiquei sem acessos.
A solidão feudal encastelou-se
no umbral recôndito.
Escondi minha face.
Meu sorriso discreto
Abrandou-se ainda mais...
Tornei-me uma alface
verde, lisa e de gosto secreto.
A chuva cessou.
A roupa secou.
A face ainda orvalhada
Guardava os pensamentos.
Eram amarrotados sentimentos.
De quem após ao dilúvio.
Desabrochou.