Para que serve a crônica?

A crônica é que traz "a vida ao rés do chão" como afirmou o sábio erudito Antonio Candido em uma publicação de 1981, ela fica perto de nós. O espaço da crônica é o do nosso mais corriqueiro cotidiano, chega até resvalar no lírico, no poético e, principalmente pois pega o miúdo e mostra nele uma grandeza, uma beleza singular insuspeita. É amiga da verdade e da poesia e sobretudo por usa humor e ironia. Em geral a crônica é marginalizada pois essa vocação para as miudezas da vida traz a intimidade, permitindo-nos a sentir--la dentro do jogo das emoções e das reflexões diárias. A crônica é inclusiva e nos insere em tudo e pode dizer as coisas mais sérias por meio de ar aparente de conversa fiada... Traz relatos alegres da vida, caprichoso com os fatos e ainda mostra os desenhos de certos tipos humanos, é o registro do inesperado e sua força reside exatamente na sua causalidade, por metáforas orais comuns e transitam tanto no ambiente urbano como rural. A crônica narra sobre a moda, sobre a cultura, sobre o consumo e a intimidade simbólica e dinâmica e, ainda, traz o que há de moderno no mundo. A fluidez da crônica a aproxima da conversa. E, a crônica seduz pela facilidade de comunicação, serve de meio de educação informal, serve de ponte direta ao abismo com Minotauro e, tudo... e, assim, passeamos pela mitologia greco-romana e nos arremessamos sobreviventes na arena. Enfim, a crônica é a panaceia para todos os males do mundo.