Perdidos no infinito
Há um oceano de perguntas, sem respostas.
Ou melhor, o silêncio culpado responde a todas.
Seus olhos vertendo lágrimas. Que tão cálidas me lembra o orvalho.
Lá fora, a rosa sussurra para o espinho a sua vontade de ser bela e eterna;
Mas, a primavera acabou. O outono chegou... as folhas palmilharam o caminho
É no crepitar das folhas secas que os passos tentam cumprir a trajetória.
No céu, uma estrela cadente conta a história do planeta.
No chão as raízes divulgam os segredos subterrâneos.
E, afogada na metafísica. Acordo. Olho o relógio.
A manhã concretamente existe.
O sol insiste e os pensamentos vagam perdidos no infinito.
Há muitas dúvidas e poucas certezas.
E, as certezas são provisórias. Esse corpo é provisório.
E, a alma eterna vive a zombar do tempo.
Hoje, em plena maturidade, enxergo adequadamente a criança que fui.
A adolescente que encarnei e, a mulher adulta que sou. Ou quase.
As misturas de afeto e conhecimento.
A teia de acontecimentos ou consequências.
A fada madrasta ou madrinha. O infortúnio ou não.
Amadureci muito cedo.
O abismo implantado subterrâneo ao sofrimento.
A falta discreta de entes queridos.
A importância de cada um, na proeza de sobreviver, insistir e
retomar o comando da nau da vida em plena turbulência.
Na tempestade de hormônios, novas experiências...
O amor ao outro idealizado. O príncipe desencantado e furtivo.
A nobreza além do veludo das vestes. O anel a simbolizar amor.
E, amor a simbolizar a solitude.
Há um oceano de dúvidas, as interrogações se entrelaçam...
E, as razões descabidas se encaixam
misteriosamente no mosaico da via.
Qual é o pedaço que falta?