Lá fora, existem olhos ansiosos esperando alguém.
O dia passou. A noite veio.
As estrelas bordaram o céu em seu manto negro.
Pequenas luzes, ou vestígios iluminados de almas em ascensão.
Lá fora há uma orvalho secando ao sol.
Há uma lágrima escondida num rosto.
Ninguém assume que tem a companhia da dor.
Lá fora há uma primavera exaurida.
Há crepitar das folhas ressecadas a bailar no vento.
Lá fora, existem tantas coisas que há aqui dentro.
Nos umbrais esquecidos da memória.
Nos cantos de recordações.
As reticências tramam com o infinito.
Suspiros e apnéias.
Lá fora, existem alguém solitário.
A mirar a própria sombra no entardecer.
Existe o sangrar os raios solares.
E, a dor de ter partido sem dizer adeus.
Lá fora, existe a inflexão profunda.
O sentimento acorrentado aos corpos em ebulição.
O prazer do afeto.
O prazer obsoleto.
Das tempestades.
De lavar a alma com sangue ou suor.
Lá fora, há uma guerra implícita.
Há violência explícita.
E, uma ênclise despudorada.
De fazer barbárie explícita.