Primeiro, foi a lágrima
a percorrer o rosto numa reta encurvada.
Depois, foi o corpo se encurvando.
As mãos unidas em prece.
O mantra do Pai Nosso.
E, a solidão que é atravessar
um deserto em absoluto silêncio.
Era preciso cultuar a morte.
O velório.
O luto.
E, aquela vontade de correr e
sair da cena... mas ela já tinha
entrada dentro dos nervos.
E, eletrocutavam todos os pensamento.
Depois, vem a santificação do defunto.
Promovido por qualidades existentes ou não.
Alguns amigos e parentes.
O pranto contido na garganta
E, ainda o discurso da despedida.
Uma flor.
uma pétala
A última primavera.
E, a morte é o derradeiro outono.
Frutificam os pensamentos.
Fertilizam-se os espíritos.
Primeiro, foi a lágrima a rolar...
Depois foi o silêncio a selar tudo.
E o resto é apenas o silêncio.