Outono
Cai uma folha ressecada
Já não é mais verde.
Amarelou-se.Esmaeceu.
Sua queda era esperada
Simplesmente faleceu
Cai outra folha e
tantas outras.
No crepitar da queda
Reconhecemos o tempo
A ampulheta encravada no peito.
Quanto tempo nos resta?
Quais será a mensagem que
represnta toda a existência?
O assobio do vento
por vezes, parece uma vaia.
Somos vencedores
Somos perdedores.
Quem venceu, perdeu algo
Quem perdeu, ganhou aprendizado.
Tornou-se fidalgo.
Traumas, cicatrizes e mágoas
são guardadas na alma,
no corpo fincado na existência.
Mais uma velha folha deita-se
no outono...
Repousa secretamente
Vem a chuva
Substitui as lágrimas,
as pragas
e, tudo fica cíclico e monótono.
Cai mais uma folha banida.
O verde passou
A primavera foi punida
com o tempo.
O ciclo fechou-se
Sentimento.
Dentro de mim,
o deserto comemora
o nascimento de mais um jasmim.
A essência dispersa.
A existência perversa
contempla o passar do tempo.