No fim da tarde, entre o laivos rubros do entardecer, no velório dos últimos raios do sol, uma estrela de quinta grandeza, o telefone fixo tocou... trimmm... E, uma voz grave estranha perguntava - Olá, Dona Glória, sou eu o Wilson. Quase dois séculos depois da invenção de Graham Bell, há pessoas incapazes de entender o que seja um engano. Eu, respondi: - querido, não é a Dona Glória, não conheço nenhum Wilson, e você cometeu um engano. O sujeito insistia:- Então, você é a filha da Dona Glória, a Elizabeth? Oi, Beth é o Wilson, o eletricista. Novamente, respondi: - Seu Wilson, não sou a Elizabeth, e nem filha de dona Glória, você deve ter digitado algum número errado. E, não estou precisando de eletricista... Talvez, de um neurologista para me receitar um calmante. Wilson, do outro lado da ligação: - deu um muxoxo... puxa, me desculpe... eu anotei o telefone com tanto cuidado. E, está errado. Por acaso, a senhora conhece Dona Glória? Ao que respondi, já irritada: a única Glória que conheço é da lata de leite em pó. Então: Wilson, novamente, se desculpou e, desligou. Os promissores segundos de silêncio vieram, fizeram-me a desfazer minha irritação. Admirar o silêncio e perceber que, por vezes, somos inclinados a dar uma resposta errada, seja por irritação, ou mesmo por causa do temperamento. Segundo a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) em 2025 não será mais possível contratar linha de telefonia fixa. Muitas pessoas já deixaram de ter telefone fixo, a multiplicação dos celulares, trouxe uma linha para dentro do bolso... pena, que não trouxe paciência junto para aturar os enganos...