Medida de todas as coisas
Protágoras afirmou: "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são". Protágoras era professor em Atenas e também em outras cidades, e em Atenas conheceu Péricles que o convidou a redigir o código de leis da nova colônia ateniense de Túrios, na Itália, e realizou excelente exposição de suas ideias sobre justiça e virtude.
Provavelmente, foi o primeiro dos sofistas e que se manifestavam sobre variados temas filosóficos e práticos, sendo tão respeitados por seus discípulos que pagavam pelo privilégio de ouvi-los. Ensinavam retórica que era requisito fundamental para participar da vida pública na Grécia Antiga e, também, poesia, gramática e sintaxe.
Notabilizou-se sobretudo pelo relativismo e pelo agnosticismo e, com sua célebre afirmação mostrou acreditar que não existem padrões fixos e objetivos.
E, enfim, as coisas variam função do indivíduo e das circunstâncias. Presumivelmente, Protágoras encarava de forma positiva tal relativismo, considerado como rompimento das limitações da filosofia e da religião da época, abrindo oportunidade para o debate democrático. Posteriormente, seria criticado por permitir que pessoas inescrupulosas jogassem com as palavras, construindo o pior ficar parecendo o melhor, o que explica as negativas contações do sofisma, valendo-se da esperteza e da astúcia sem limitações éticas.
Afinal, os sofistas mais tradicionais e velhos eram conhecidos como homens honestos que respeitavam as leis. Quanto aos deuses, Protágoras afirmava não ter como saber se de fato existiam, ou que forma poderiam assumir, sendo o tema por demais obscuro para uma vida muito curta. A ênfase da subjetividade sobre como entender o universo, iniciou um distanciamento da filosofia natural em direção ao interesse dos valores humanos. E, foi em reação aos sofistas como ele que Platão deu início à busca pelo transcendente, por verdades eternas que fundamentassem a experiência humana.
São pré-socráticas as escolas por conta dos temas que abordam e não porque todos seus membros nasceram e viveram antes de Sócrates. Tanto assim que Anaxágoras, um dos últimos pré-socráticos fora contemporâneo de Sócrates. E, também Empédocles foi outro que era o mais jovem do que o sofista Protágoras e, o eleata Zenão encontrou-se com o jovem Sócrates e, o pitagórico Árquitas foi amigo de Platão.
As escolas de cosmologia ou de física são: Escola Jônica (Ásia Menor) cujos principais pensadores foram Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto e Heráclito de Éfeso;
A Escola Pitagórica ou Itálica (Magna Grécia) cujos principais representantes são Pitágoras de Samos, Alcmeão de Crotona, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento; E, a escola Eleata cujos principais pensadores são Xenofanes de Colofão, Parmênides de Elia, Zenão de Eleia e Melissos de Samos.
A Escola Atomista (Trácia) cujos principais representantes são Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
Essa classificação apresenta um problema porque nela não há lugar para dois dos maiores filósofos pré-socráticos, a saber: Empédocles de Agrigento e Anaxágoras de Clazómena. Por isto, Marilena Chauí preferiu propor que a quarta escola receba outra denominação.
As três primeiras escolas possuem em comum o fato de tratarem a phýsis como unitária, enquanto os atomistas, Empédocles e Anaxágoras concebem a physis como pluralidade.
A Escola da Pluralidades, cujos pensadores são atomistas como Leucipo e Demócrito de Abdera, Empédocles de Agrigento e Anaxágoras de Clazómena. São filósofos que tentaram conciliar Heráclito e Parmênides para salvar a filosofia de sua primeira grande crise.