Ignorância.
As pétalas se abrem e,
distribuem seu frescor e fragrância.
No silêncio dos pólens voadores.
Nas nuvens a bailar
ou tramarem chuvas.
Ou molharem vetores.
Em qual caminho perdi o passo correto?
Em qual encruzilhada, escolhi errado o lado?
Quando foi embora a decência ou a discrepância?
Tantos julgamentos prematuros e inconscientes.
A ignorância é a sombra de nós mesmos.
Quanta dor, você já infligiu?
Quanto veneno você irá beber?
Ou já bebeu, e matou em você a ciência...
Quantas lágrimas irrigarão seu crescimento?
De raízes profundas e confusas.
Mas, de conclusões consistentes.
No cais, as marés se despedem
Trazem reticências infinitas
E, aroma salgado.
E o sentimento delgado
de partir... de atravessar oceanos.
De perder a âncora.
E, jamais se fixar...
Assim passaram-se anos...
Quando você perceberá
toda a ignorância?
E, toda a essência?
Qual é a parte da história
que você protagonizou?
Será um atalho ou desvio?
Será um tropeço ou estratégia?
Será uma dúvida ou uma angústia?
A resposta dentro do bolso agonizou.
Quando perceberá seu próprio peso?
E, enquanto isso... no deserto
as crenças padecem discretas,
as ideologias crescem em sentinela,
capitaneando novos séquitos
ou novas instâncias.