Estava ouvindo a música de Chico Buarque intitulada: "Trocando em Miúdos": - Devolva o Neruda que você tomou. E nunca leu"... e traduzi de outra forma o fim do relacionamento amoroso... que rima com horroroso. E, emendei: "Devolva o Drummond que você me pediu. E, nunca leu." Você transformou o amor em dor... seria uma rima mas não seria uma solução. Novamente, Drummond diria:-Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração ... Seria um "Poema de Sete Faces", mas no labirinto onde estou mais parece sete mil faces. O fim do romance. Do seu ciúme patológico em ver traições múltiplas a cada segundo. No fundo, respirei aliviada. Peguei todas as coisas que você me deu nesses dez anos... Pus empilhadas na caixa de papelão... E, escrevi com letras vermelhas e garrafais: Passado. Há uma tempestade de sentimentos passando por dentro: raiva, frustração, tristeza e esperança. Laços cortados, seda esfiapada pelo chão e, uns caquinhos esquisitos e multiformes daquilo que chamamos um dia de romance, mas era filme de terror. Agora, depois de algum tempo, as cicatrizes sumiram e, novamente, procuramos entender tudo... Não somos pedaços de mosaicos... Nem sempre encaixaremos... Mas, tudo deixa um aprendizado. Henrique nunca mais, nem como amigo. Eis o recomeço da história... Assim, Helena se resignava do fim, ouvindo músicas tristes de Chico Buarque.E, escreveu seu derradeiro conto, numa narrativa lânguida e tenra.