Carta ao amigo número dois
Um dia me perguntaram se sentia falta dos meus tenros e saudosos vinte anos... Sinceramente, não... Muitas das contendas que capitaneei, não eram necessárias. Só aprendi muito mais tarde... A idade é uma grande mestre, ensina de forma definitiva e didática... Pena, que tem gente que nem assim aprende.
Tenho saudade mesmo da meninice... na simplicidade pungente de não ver coisas além do alcance. E, de ter paciência e observação... Agora, na dinâmica contemporânea tudo é à jato... e ninguém tem tempo para nada. Arre...
Do que sinto falta? Daquela sensação tépida... agradável. De ouvir o vento e entender seus assobios... Agora o dialeto é tão célere... a poesia é um átimo... o lirismo é um átomo... E, nós, um amontoado de moléculas procurando funcionar a contento. Mas, somos finitos e imaturos e, finalmente, suportar tudo isso é desafiador.
Um forte abraço, amigo... Adoro você, não se esqueça.