Afirmam alguns que se permitir não fazer nada, é permitir-se a um diálogo interno e escapar da ditadura de ser produtivo o tempo todo. Mas, o ócio nunca foi visto com bons olhos, associado a um comportamento pouco virtuoso, preguiçoso ou mandrião. E, numa sociedade erguida e organizada em torno do trabalho, não é fácil escapar da envolvente cadeia produtiva onde se procura extrair o máximo de todos, seja qual for a atividade. Até mesmo o período de descanso é ocuado por alguma forma de conduta ou dinâmica que seja socialmente aceitável. Desligar-se de todos os estímulos que nos escravizam é atualmente, um baita desafio. A locução italiana dolce far niente, o doce fazer nada assume o significado de agradável ociosidade. Precisamos nos libertar da escravidão contemporânea, de responder aos estímulos tecnológicos e sociais. No fundo, a essência humana está se perdendo no automatismo... na dinâmica acelerada e principalmente, não falta de observação e cuidado. Pare tudo agora, respire fundo e, por alguns poucos minutos, repouse seu corpo e mente nesse imenso turbilhão contemporâneo.