Um conto de guerra.
Era 1945, ao fim da segunda grande guerra, as provisões para as tropas nazistas eram parcas, e, um recruta, que virara soldado foi incumbido de levar um prisoneiro, um judeu, para dentro da floresta negra, e alcançar um posto distante para trazer instruções e, se possível alguma provisão... Fazia um frio horrendo, o que aliado à fome e sede tornava a tarefa hercúlea.... O soldado nazista por quase toda guerra ensaboadamente escapava da frente de batalha. Tinha concluído um curso técnico em engenharia... mas, por fim, não escapara de ir para frente da batalha. Nunca tinha matado nenhum ser vivo, nem um reles animal de caça. O prisioneiro judeu, tinha sido um professor de matemática, muito odiado. Para a caminhada havia uma pequena mala com roupas para se trocar para entrar na cidade disfarçado.
Durante a travessia da floresta, no soldado solidificou a intenção de não matar o prisioneiro. E, então, propôs que ele se trocasse com a roupa da mala. E, ainda, disfarçasse e seguisse seu caminho. E, jurou segredo sob o acordo. O judeu, ao se desperdir disse um sibilante shalom! Shalom é palavra hebraica e literalmente significa paz. E, assim procedeu o soldado. Na verdade, em seu âmago, achava uma bobagem aquela estória de raça superior. Ao chegar à cidade, que estava em pleno caos, recebeu a notícia que a guerra acabara e, que Hitler havia se suicidado no bunker.
Era oito de maio e, o cessar-fogo das tropas aliadas em razão dos nazistas foi assinado em documento. Hitler, o Furer havia se suicidado em 30 de abril, poucos dias antes de quando saíram de seu ponto de partida. Livrou-se do uniforme, e procurou vestir as roupas deixadas pelo professor... E, encontrou um pequena caderneta, onde havia trechos de uma poesia: "rendo-me à ti, pois minha morte será uma glória, por não abandonar o meu deus". "Que Deus tenha pena de minha alma e, ainda, cuide dos sobreviventes." Guardou a caderneta, suspirou fundo e, prosseguiu.
Em sete de maio daquele ano, em Berlim, o que ainda restava do exército alemão rendeu-se às tropas russas. E, a rendição fora no dia seguinte assinada. Voltou para sua cidade natal, sofrido e cansado. Mas, aliviado porque não assassinara o prisioneiro.
As tropas alemãs na Itália, na Holanda, na Dinamarca e no noroeste da Alemanha rendem-se e a 7 de maio e a Alemanha assina a rendição primeiro perante os aliados do bloco ocidental – que adotam a data de 8 como o final da guerra – e depois como a União Soviética, para quem o dia 9 marca o fim do conflito.
Um ou outro conhecido encontrou pelo caminho, alguns devastados, outros felizes e aliviados.E, ainda, havia aqueles abobados, que não sabiam exatamente o que sentir... Após o final da Segunda Guerra Mundial na Europa, os Estados Unidos, o Reino Unido, a União Soviética e a França estabeleceram o Tribunal Militar Internacional com jurisdição sobre crimes de guerra, crimes contra a paz, crimes contra a humanidade e conspiração para cometer tais crimes. O Tribunal de Nuremberg, entre os réus estavam Hermann Göring, vice-chanceler de Hitler , Joachim von Ribbentrop, Hans Fran, governador-geral da Polônia,Alfred Rosenberg e Ernest Kalternbrunner, o oficial sênior da SS e chefe da Segurança do Reich. Não esqueceram Rudolf Hoess, o primeiro comandante dos campos de Auschwwitz que testemunho que milhões de pessoas haviam morrido.
Passadas algumas décadas, agora o engenheiro alemão teria ido para os EUA, pois recebera uma boa proposta de trabalho e, enfim, queria se livrar daqueles escombros e das memórias... O holocausto marcou toda humanidade...e, os sobreviventes de um lado ou de outro traziam na alma um drama e, muitos tentavam emigarar, principalmente, para as Américas. O final da segunda Guerra Mundial marcou o início da colocação, fora da Europa, de um contingente significativo de deslocados e refugiados de guerra. A organização de campos de refugiados na Alemanha, Áustria e Itália e a posterior inserção desses sujeitos em diversos países, demonstrou quão complexas as formas da política internacional tenderiam a se constituir a partir da segunda metade do século XX. Na Europa também é comemorado, o dia oito de maio, como o Dia da Libertação da Alemanha do Nazismo. Neste ano de 2024 quando se completará 79 anos do fim da segunda guerra sendo feriado em Berlim.