Lá fora há uma chuva de poemas...
Rimas em gotículas
Lirismos em ventanias
E, tristezas explícitas.
Lá fora há uma chuva de lágrimas.
Sentidos silentes.
Amores letárgicos
e deprimentes.
E, alegrias em cutículas.
Lá fora, tudo existe.
Aqui dentro, há um deserto imponente.
Perguntas nunca respondidas.
Eco insolente.
E, uma dicção competente.
Lá fora... além dos umbrais.
além do horizonte,
além do abismo.
E, muito além da sã consciência.
A ciência não explica.
A fé não justifica.
A metafísica não abriga.
E, a lógica rindo debochada.
Quem poderá entender,
o que há lá fora?
Talvez os cacos de poesias.
Talvez os restos do lirismo.
Ou uma gota de tristeza
que vai direto calar a boca
para não haver palavras malditas.
Nem heresias.
Muito menos oportunismo.
De resto, há apenas a geografia
insistente...
A insular poetas.
A isolar exegetas.
A matar as ninfetas.