A sociedade contemporânea tem registrado que o número de casais que, coonscientemente, não desejam filhos vem aumentando. E, com isso, há reações negativas a isso. Mas, precisamos respeitar a opinião diferente
da nossa. Observa-se que é diferente de outros adultos que naquele momento não possuem filhos, mas que no futuro pretendem ter. Há ainda, os que até desejavam, mas não conseguiram. São segmentos diferenciados. Os casais que não querem filhos são denominados child-free, literalmente, livre de crianças ou sem crianças. E, tal expressão existe desde o início do anos oitenta, surgiu nos EUA e Canadá para representar aqueles que não gostaria de ter filhos. Com a referida tendência vem crescendo também a restrição ou veto da presença de crianças em espaços compartilhados com adultos, os chamados childfree space. São bares, restaurantes, cinemas, hotéis e diversos outros ambientes de uso coletivo que proíbem a entrada ou permanência de crianças com a justificativa de preservar a tranquilidade dos demais clientes. Porém, há estabelecimentos que afirmam não possuírem a devida infraestrutura segura e adequada para receber crianças. No Brasil, essa tendência não é notável além de que tanto o texto constitucional vigente, o ECA como o Código de Defesa do Consumidor garantem às crianças o direito de frequentar locais públicos e privados. Apesar de que a existência de real risco de morte para as crianças podem embasar as proibições. Em sua origem, o movimento situa-se na luta por métodos contraceptivos eficazes, sendo de amplo e fácil acesso, além de educação sexual porém, outras vertentes foram surgindo e, o movimento se modificou. Afinal, presumir que toda mulher obrigatoriamente tem vontade de ter filhos e nasceu para ser mãe é generalizar perigosamente as personalidades. Reconheço que se a decisão for consciente, na verdade, significa um respeito à responsabilidade que corresponde a ter uma criança, não só apenas exercer uma maternidade e paternidade responsável, como também zelar adequadamente por aquele ser humano em desenvolvimento. Os danos dramáticos produzidos às crianças negligenciadas são tão cruéis como insanos. São muitos os motivos que levaram os millennials, ou seja, os nascidos entre 1981 a 1995 a não terem filhos e, ainda, os da Geração Z (nascidos entre 1995 a 2010) que decidiu a não ter filhos. Inclusive essa decisão pode fazer parte da identidade da vida adulta dessa geração. O importante é não ter preconceito tanto pelos que têm filhos como pelos que decidiram o contrário.