No abismo dos remotos céus
a luz de teus olhos ardem
a astúcia urdida em seu coração.
a nos arrancar o fôlego.
Sua ferocidade a arrancar a vida
da presa
num saciar paradoxal
de onde vem seus temores?
Quando foi que venceu os terrores?
Os ossos de seu corpo a rabiscar os astros
A regar as lágrimas em forma de tempestade
Seu olho imortal mira a morte.
Mira o fim.
Mira a potestade.
Somos finitos e imaturos.
Somos breves e incompletos.
Somos assimétricos num destino
cuja simetria desafia os cursos
de rios, de mares e de montanhas.
Quem ousará transgredir as leis da natureza?
Quem ousará a violar os segredos imemorais?
Quem violará o templo?
Profanará a fé ou crença.
E, rasgando o manto sagrado,
descobri-se desnudo e fracassado.
Quem acendeu o fogo de teus olhos?
Quem iluminou o breu súbito de tudo?
E, diante da claridade.
Curvou-se.
Reverenciou a todos e tudos
como se tudo fosse integrado e autoexplicável.
como se tudo fosse sagrado e sanável.
Talvez saber nossa real dimensão
nos faça entender toda a equação ou
será inequação?