Há um tango rasgado. Setenta e dois passos eivado de tragédia e romance.
Há o arpejo cadente e o sol poente dentro de corações varões.
Há uma cadência marcada no peripatético exercício de amar.
Amar, desamar e amar novamente.
Sob o outro mote.
Sob outra premissa.
Ódios despotam indecentes.
Em fazer o outro padecer em sua própria miséria implícita.
Na soturna lanterna que nada ilumina.
Nos olhos agnósticos que apreciam o ritual
Como se fosse um ballet ou, quem sabe, um teatro.
A cura mendicada pela alma.
A mão mensurada pela calma.
E, um tapete grosso a encobrir as raízes de tudo.
Há um tango rasgado.
Aberto em veias pungentes.
Em versos calientes.
Em epopéias salientes.
De um corpo, um prazer e muita solidão.