A teoria da evolução e a ciência da história se deparam com um idêntico desafio que é o acaso. Aliás, sobre isso escreveu Stephen Jay Gould na obra intitulada "Vida Maravilhosa - O acaso da evolução e a natureza da história". A contingência é o princípio central de toda a história. E, assim fundamenta a inspiração dialética sobre a evolução e da história. Em verdade, a contingência exige certa apresentação filosófica, basta indicar que o fato para acontecer, depende de certas circunstâncias que indicam a possibilidade de fatos, sendo possíveis e que podem ou não ocorrer. A contingência é característica da história enquanto ciência e, o mesmo ocorre com a teoria da evolução. Se fosse possível refazer o caminho que levou do passado ao presente, nada garante que este, se repetiria exatamente da mesma forma como ocorreu. O papel do acaso é relevante na mudança dos seres vivos sob a influência de fatores genéticos e de sua interação com meio ambiente. E, toda gama da biologia molecular que demonstra a variação das espécies. Argumentou Darwin que a evolução é comandada por leis gerais, e sua particularidade é a contingência, ou seja, o acaso. Enfim, o universo é regido pelas leis com os detalhes, sejam bons ou ruins legados ao poder do acaso. É o acaso que determina que não existe plano fixo e pré-determinado na história. A história universal escreveu Marx em 1852, teria um caráter muito místico se excluísse o acaso. Este acaso, bem entendido, faz parte do processo geral de desenvolvimento, e é compensado por outras formas de acaso. Mas a aceleração ou o atraso do processo dependem desses ‘acidentes’, incluindo o caráter ‘fortuito’ dos indivíduos que estão à cabeça do movimento na sua fase inicial.” O britânico Carr tratou deste problema quando se referiu à previsibilidade na história. Inspirado em formulações da física quântica, escreveu: “diz-se que não se aprendem lições da história porque a história, ao contrário da ciência, não pode prever o futuro. Esta questão está envolvida por um encadeamento de mal-entendidos”. Argumentou que mesmo os cientistas já não estão “tão ansiosos como antes para falar sobre as leis da natureza”. Carr se apoiou na física moderna (o princípio da incerteza e a probabilística da física quântica).