Marly e Octávio eram dois jovens promissores. Marly uma professora, e já cursava uma pós-graduação em Estatística. Octávio era contador, e também procurava fazer uma pós-graduação em Contabilidade Tributária. Estavam casados há pouco tempo, preocupavam-se em ter uma vida razoável e, ainda ajudar a família. Tanto Marly como Octávio vinham de família de operários e gente muito humilde. Já era considerado um grande luxo terem cursado cursos superiores e, ainda, passarem em concursos públicos. A vida era difícil. O transporte coletivo no Rio de Janeiro impunha uma maratona. Quando completaram cinco anos de casados, veio a primeira gravidez de Marly. Aliás, sua primogênita foi prematura, nascera de sete meses e as sete horas da matina. Octávio estava radiante. Afinal, sempre quisera uma menina, ao passo que Marly sonhava em ter um filho varão... A maternidade exige um severo aprendizado... E, não um aprendizado fake baseado em teorias e premissas ilusórias. Infelizmente, o ciúme exacerbado de Octávio fez o casamento desandar... e acabaram se desquitando. E, mais tarde, divorciaram-se. A menina prematura cuja a previsão de vida seria breve, superou as intempéries... e, conheceu a longevidade e, depois entendeu um pouco mais sobre o temperamento de cada um de seus pais. Por vezes, perdoou... Por vezes, ficou magoada. Mas, ao final superou... Pois, é tudo humano, demasiadamente humano e, somente se aprende ao viver e observar.... Afinal, precisamos ter olhos que enxerguem...