"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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 Muitos amigos, amigas, alunos, alunas...e, tantos outros conhecidos me solicitaram um manual de sobrevivência diante de um golpe de Estado... Bem, confesso, não tenho nenhum. Só posso afiançar que se são capazes de derrubar um Estado... um indivíduo sozinho é absolutamente trivial... Sem Estado, não há cidadania... e, sem essa, pulverizam-se direitos.
Enfim, em nossas humanidades somos ameaçados diariamente e, mais perigosamente agora. Aos que são religiosos, peço que rezem. Os ateus e ímpios sugiro construir uma barricada em casa e se cercar da máxima segurança que possível. Evitem as ruas, expressar opiniões e, até mesmo, demonstração de patriotismo.
Enfim, finjam-se de mortos! Se fossemos um país repleto de terroristas ou segmentos ortodoxos teríamos contundentes reações... Ainda bem que esses segmentos não existem entre o "homem cordial" que notabiliza o brasileiro comum.
Há obras como o "Estado Pós-Democrático -Neo-obscurantismo e Gestão dos Indesejáveis" de autoria e Rubens Casara, e “A Elite do Atraso”, de Jessé Souza, “Só Mais um Esforço” de Vladimir Safatle, estamos diante de intelectuais gabaritados que nos fornecem uma percepção desse emblemático momento político brasileiro.
O atual devir fascista brasileiro ganhou impulso culminou com o impeachment de Dilma Rousseff, o abriu a fenda para a receptibilidade de messias ou salvadores da pátria.
Com razão Márcia Tílburi apontou que quem se apresenta como messias não precisa mais de padres, nem seguir o evangelho. Afinal, o salvador da pátria se torna um juiz midiático e pode pregar um messianismo bélico e autoritário.  Relacionada com a identificação do messias está sempre a demonização dos que pensam diferentemente ou os que não ecoam os valores da lógica neoliberal. Assim, na pós-democracia temos apenas lideranças carismáticas que seguem com fervor a tradição autoritária.
A escala do discurso golpista, infelizmente, não obteve a reação à altura por parte das demais instituições democráticas. De qualquer forma, o golpe de Estado é ruim interna e externamente. Quem investirá num país que se apresenta explicitamente como uma república das bananas...?
 Aliás, consigne-se que o vice-presidente Mourão não estava presente à demonstração e passeata militar na frente do Palácio do Planalto, atitude que mostra a sua inteligência e sagacidade. Ademais, o atual Presidente não se cansa de o desprezá-lo seja publicamente ou privadamente.
Utilizando informações históricas, diante de golpe de Estado é comum haver crise de abastecimento seja alimentos, remédios e, mesmo de serviços públicos. Portanto, acautelem-se!
 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 23/11/2023
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