Eis que entre o céu e o inferno há todo um infinito. Caminhos retos. Caminhos tortuosos. Veredas, encostas e recantos esquecidos e pouco iluminados. A cada momento vivemos, pensamos e agimos. Nosso corpo é concreto e, nossa alma é abstrata... É a velha dúvida de Hamlet: - Ser ou não ser? Como se fosse possível realmente optar livremente... As aspirações de felicidade ou breve bafejo dela a nos encher de esperanças... e as reticências que tropeçam publicamente no tapete das vaidades. Somos o resultado de muitos fragmentos e nossa humanidade é o tempo todo reconstruída e, circula numa dinâmica fatal até não restar nenhum vestígio de inocência ou boa-fé. Não fosse os obstáculos não haveria evolução. Não fosse a superstição, não haveria nem crenças e crédulos... A educação tenta nos despojar da cegueira deliberada, dos preconceitos absurdos e do pragmatismo binário e incoerente a afirmar quem não é meu amigo, automaticamente, será meu inimigo. Vivenciamos guerras intensas, injustas cujas principais vítimas são esquecidas em prol de interesses maiores e mais lucrativos. A encarnação da vitória é a figura do colonizador que tenta reproduzir, em vão, sua terra natal e seus costumes. E, assim, num ensaio mal fadado de civilidade, matamos mais, desmatamos mais, não preservamos a fauna e nem flora... A guerra é irracional e em sua demência devastadora nos faz ora impotentes, plateia embevecida ou meras vítimas a engordar estatísticas.