A majestade de Radamanto ou Radamante
Foi um dos juízes dos mortos advindo da mitologia grega. Era filho de Zeus e Europa, irmão de Minos e Sapedão. E, fora adotado por Astério, o Rei de Creta, quando este se casara com Europa Enfim, foi atribuída a ele a organização do código de leis cretenses, que tanto serviu de modelo para várias cidades gregas.
Fora expulso de Creta por seu irmão Minos que tinha ciúme e inveja de sua grande popularidade, e fugira para a Beócia, onde se casara com Alcmena, viúva do anfitrião E, com ela teve dois filhos Gortis e Eritro.
Radamanto era notável por sua sabedoria e justiça e, e devido a sua integridade, quando morreu se tornara um dos juízes de Hades, juntamente com seu irmão Minos e Éaco.
De acordo com Platão, Radamanto julgava as almas vindas da Ásia, enquanto Éaco fazia o mesmo com os ocidentais, tendo Minos, o voto decisivo. Éaco era filho de Zeus com a ninfa Egina, filha do deus-rio Asopo.
Éaco casou-se com Endeis, filha de Sciron, e teve dois filhos, Peleu e Télamo, mas segundo Ferecides de Leros, Telamon não seria filho de Éaco e Endeis, mas um amigo de Peleu. Éaco também teve um filho com Psâmate, filha de Nereu, chamado de Foco.
Piedoso por natureza, ele é amado pelos deuses que se comprazem a satisfazer os seus votos. Assim, a fim de conseguir que a sua ilha fosse povoada, Éaco pediu a Zeus que transformasse as formigas de um carvalho sagrado em seres humanos.
Esta foi a origem do povo dos mirmídões (formiga em grego), de quem Éaco se tornou rei (uma versão diferente da lenda afirma que a ilha, povoada por colonos trazidos por Éaco, foi dizimada por uma epidemia de peste enviada por Hera e que, para substituir os mortos, Zeus acedeu ao pedido de seu filho, metamorfoseando as formigas).
Éaco construiu à volta da ilha de Egina uma cintura de muralhas, que a protegiam das incursões dos piratas. Teria também ajudado Posídon e Apolo a construir as muralhas de Troia, para o rei Laomedonte. Diz-se que quando a obra terminou, três dragões tentaram a escalada das muralhas, mas só um conseguiu chegar ao fim. Exatamente aquele que subiu pela muralha construída por Éaco. Deduziu-se, assim, que estas proteções seriam um dia franqueadas por um dos seus descendentes.
Havia um grande tribunal que era presidido por três juízes, a saber: Radamanto, Éaco e Minos. E, assim o julgamento das almas era assistido pelo próprio Hades, e, de acordo com a sentença seguiriam para o Campo de Asfódelos, os Campos Elísios ou o Tártaro. E, tais sentenças eram irrevogáveis nem mesmo
Zeus poderia interferir na decisão final. De sorte que os que tivessem cometido delitos, particularmente, contra os deuses eram diretamente enviados ao Tártaro onde cumpririam suas respectivas penas.
O inferno é conhecido como o Hades (do grego Aidòs), é a terra dos mortos, governada pelo deus homônimo. Situado no mundo inferior, em baixo da superfície terrestre, é conhecido também como casa ou domínio de Hades (dómos Aidaoú) e é o lugar para onde vão as almas das pessoas mortas (sejam elas boas ou más), guiadas por Hermes, o emissário dos deuses, para lá tornarem-se sombras.
Era governado pelo deus Hades, usa-se seu nome frequentemente para designar seu mundo. Ao chegarem ao mundo dos mortos, as almas eram julgadas por três juízes, com responsabilidades específicas: Minos, tinha o voto decisivo, Aiacos julgava as almas europeias e Radamanthys julgava as almas asiáticas. Nem mesmo o próprio Hades interferia no julgamento deles, a não ser em raras ocasiões.
Na mitologia grega, a ilha de Creta é representada por seu rei mais famoso. Enquanto as genealogias e a sucessão dos reis desempenham um papel importante nas histórias de outras regiões, os mitos cretenses quase sempre apresentam o mesmo personagem.
Um de seus irmãos exilados era Radamanto, cuja popularidade era considerada uma ameaça para Minos. Enquanto alguns escritores afirmaram que ele se tornou o padrasto de um herói famoso, Radamanto praticamente desaparece da mitologia pelo resto de sua vida.
Após sua morte, no entanto, ele se tornou uma figura muito mais proeminente. Como um dos juízes do Submundo, Radamanto foi notado como uma figura de justiça e um líder sábio.
Astério criou os filhos de Europa como se fossem seus. Minos, Radamanto e Sarpedão cresceram como príncipes de Creta. Como Astério e Europa não tiveram filhos, um de seus filhos com Zeus herdaria o trono da ilha após a morte do rei. Astério não especificou qual dos irmãos seria seu herdeiro, no entanto.
Muitas pessoas presumiram que Radamanto assumiria o trono após a morte de seu padrasto. Sua sabedoria e julgamento fizeram dele a escolha popular entre os moradores de Creta.
Escritores gregos mencionaram algumas das leis aprovadas por Radamanto durante seu tempo em Creta, embora existam poucos relatos de sua juventude em geral.
Um mencionou que ele insistia que as pessoas jurassem sobre os animais. Outra lei, mais duradoura, aprovada por Radamanto era que uma pessoa não deveria ser responsabilizada por ações tomadas em legítima defesa se a outra parte cometesse violência primeiro.
Quando Astério morreu, no entanto, não foi Radamanto, de mentalidade legal, que assumiu o trono. Após uma briga entre os irmãos, Minos tomou o poder.
Sua primeira ação como rei foi banir seus irmãos de Creta. Minos desconfiava deles e achava que Radamanto em particular provavelmente se rebelaria.
Radamanto era popular o suficiente para que tal rebelião provavelmente tivesse um apoio significativo. Minos esperava que ao exilar seus irmãos, seu poder seria mais seguro.
Alguns relatos dizem que Radamanto assumiu o controle de ilhas menores do mar Egeu e as governou bem. Nesta versão de sua história, ele era casado com a filha de Minos, Ariadne; um parente mais jovem com o mesmo nome acabou ajudando Teseu a matar o Minotauro.
Outra história, no entanto, dizia que Radamanto acabou se estabelecendo na Beócia. Lá ele conheceu Alcmena, que naquele momento de sua vida era viúva, e se casou com ela. O irmão de Minos tornou-se o padrasto de Hércules.
Embora essa fosse a extensão de seu papel nos primeiros mitos, lendas posteriores fizeram de Radamanto uma figura muito mais importante na vida após a morte.
Convencido de que a estrutura do Submundo era injusta, Zeus começou a fazer reformas no reino. Uma delas era estabelecer juízes que determinariam o destino da alma de cada pessoa com base em seu comportamento e ações na vida.
Zeus não podia escolher um deus para julgar os mortos porque uma pessoa deveria ser julgada por seus iguais. Ele não podia designar um mortal comum para a posição, no entanto, porque eles eram muito falíveis e corruptíveis.
A solução foi Zeus nomear alguns de seus próprios filhos como juízes. Seu status como semideuses lhes deu um equilíbrio entre humanidade e divindade que lhes permitiria tomar decisões justas e leais.
Foi decidido que três juízes deveriam ser nomeados. O rei Éaco de Egina julgaria o povo do Ocidente enquanto Radamanto julgava os do Oriente. Caso os juízes não chegassem a uma decisão, Minos daria o voto decisivo.
Muitos escritores colocaram Radamanto nas Ilhas dos Abençoados quando ele não estava trabalhando como juiz dos mortos. Píndaro disse que Radamanto se tornou o principal conselheiro de Cronus depois que os Titãs foram libertados do Tártaro. Cronus tornou-se o governante de Campos Elísios (também conhecidos como Elysium), enquanto Radamanto garantiu que seu reinado fosse legal.
Luciano de Samósata deixou Cronus fora de seu relato, dizendo que o próprio Radamanto era o chefe dos heróis na vida após a morte.
Embora fosse um personagem menor na história de Minos e Creta, Radamanto cresceu para ser respeitado como juiz e líder no submundo.
A diferença entre os dois retratos de Radamanto, um como uma figura muito menor e o outro como rei e oficial legal, pode indicar que alguma parte de sua história foi perdida.
É possível que Radamanto tenha se baseado, pelo menos em parte, em uma figura histórica cuja lenda foi amplamente esquecida pela Era Clássica.