Tenho um coração poético
Fica triste e constrói
um verso.
Chora e lembra do orvalho solitário
Em primaveras antigas...
Sofre e tenta aprender com a dor.
Tenho um coração poético.
Que enxerga preciosidades.
Numa palavra, vírgula
e até num suspiro.
Fui uma criança desafiadora
Diferente da maioria.
Brincava de dar aula para as
bonecas...
Já previa meu fascínio
pelo magistério.
Fui uma criança perguntadeira
Tinha muitas dúvidas
E, entre lágrimas e tramas
Tentava descobrir algo de útil
Para prosseguir com
alguma alegria e esperança
Tinha um coração poético
procurava rimas incertas
enquanto ia ao médico...
Fui muito doentinha...
Nasci prematura...
Era para nascer em dezembro...
Apressada, nasci em outubro...
Minha mãe fez as contas
e nasceria às vésperas do Natal...
Mas, não deu certo...
Em outubro, aportei no mundo
Contou-me que no dia
chovia torrencialmente
Era um aguaceiro de lavar a alma
E, os raios faziam o céu brilhar
mas, com calma...
Nasci com uma pressa danada.
com uma gana desenfreada
simultaneamente, queria mais vida...
enfim, é apenas coração profético...