Conto das aparências
Poderia dizer tal qual aquela música... as aparências enganam. Aos que odeiam e aos que amam... Não é verdade. Por que somos tentados a acreditar no inverossímil? O amor como combustão nos persegue a vida inteira... desejamos amar e ser amados. As vezes, mais amar do que propriamente ser amado. Lembra daqueles tempos idos, onde a primavera florescia o amor em todo canto... As aparências não enganam, são nossos olhos... São nossas carências que clamam por acreditar em algo... tocar em algo, humanizar o impossível e crescer o sentimento até o infinito...
Pobres mortais imaturos, somos todos... enganados pela visão, pelo tato ou pelo olfato. Aquele seu perfume importado caríssimo. Aquela sua voz sussurrante onde os fonemas escorregam e, entravam fundo em minha alma, como fosse lava de vulcão... A ferver sentidos. A trazer a ebulição para um coração cansado. Mas, falta tempo. Falta estrada... as trilhas de outrora não deixaram nem vestígios... a reticente primavera, o inverno lírico e, o verão romântico... Mas, há o insistente chamado de alguma coisa chamada amor, afeto ou gratidão... As aparências não enganam... Nos enganamos por desejar o improvável.