O biscoito acabou.
O refrigerante acabou.
O filme acabou
e não foi happy end.
A esperança secou.
A primavera passou.
O outono desfolhou-se.
Restou a sensação presente.
A alma ausente.
O crime silente.
E, a dor de ser ímpar
entre tantos pares.
As reticências voltaram para a estrada.
Os paradoxos regressam na invernada.
E, o orvalho miúdo mais se parece
com lágrima.
Quando era a dor apenas encarnada.
Bastam os finitos efusivos.
Bastam de violências contidas.
A azáfama desgovernada e furtiva.
O tempo não espera por ninguém.
O mote cansou-se.
A frase da lápide apagou-se
E, no final, restaram dúvidas
jamais respondidas.
A tristeza condensou-se.