Sabemos tão pouco de tudo. O multiverso imenso e infinito... Pessoas, esfinges, mistérios e segredos. Há mensagens cifradas nos olhares humanos. Há dores insistentes que jazem em almas sem corpos... Ou pior, quando o corpo abortou a alma, para ser apenas um mero objeto. A mercê do vento, de vontades alheias ou de vaidades de outrem...
Sabemos tão pouco de tudo. Por vezes, fico a estudar feições, nuvens e palavras... Fonemas soltos no ar... a reverberar sentimentos ora inéditos e ora vetustos...
Sabemos tão pouco e nos afogamos no raso da percepção... Não enxergamos corretamente. Não apreendemos a
realidade com senso crítico. E, somos levados a acreditar naquilo que a maioria quer crer...
E, se um ímpio vem a duvidar, questionar... ou apenas, erguer hipóteses no grande plano do multiverso...
Esse ímpio é odiado pela horda que cega segue os poderosos...
O poder é o grande entorpecente que faz com que as pessoas sejam capazes de se despir da própria humanidade... e, sem empatia, prossegue a sua trilha triunfal na passarela da solidão e abandono...
Sabemos tão pouco de tudo. Há tanta coisa em dinâmica frenética... e, um momento de percepção passa
em segundos... e, as consequências prosseguem por séculos... Somos um animal frágil, de maturidade incerta e, que padece de uma finitude trágica... Somos o único animal que sabe seguramente que caminha para a morte...
Indefectivelmente...
E, todos no momento final, irão sozinhos, com suas dúvidas, amando suas esfinges e, incapazes de deslindar todos enigmas... O enigma proposto pela esfinge foi: "Qual é o animal que de manhã tem quatro pés, dois ao meio dia e três à tarde?" Sem hesitar, Édipo responde que essa figura é o homem. Isso porque na infância engatinha, na idade adulta anda ereto com os dois pés, e na velhice necessita da bengala (o terceiro pé) para se apoiar.
Na boca da Esfinge havia uma inscrição que diz: “Eu protejo a capela do teu túmulo. Eu guardo tua câmara mortuária. Eu mantenho os intrusos afastados. Eu jogo os inimigos no chão com suas próprias armas".
Continuo sabendo tão pouco... o único alívio que comigo também irá minha ignorância... Meus enganos e erros.
E, tomara que, ainda assim, eu seja digna de algum perdão.