"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

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Anjo da Morte


Josef Mengele (1911-1979) foi oficial alemão da SS (schtzstaffel) e médico do campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mndial. Foi notório por ser um dos responsáveis por selecionar as vítimas a serem mortas nas câmaras de gás e por realizar experimentos humanos mortíferos e dolorosos em prisioneiros, tanto adultos como em crianças. Aqueles que fossem considerados incapazes de trabalhar eram imediatamente sacrificados no campo. Mengele deixxou Auschwitz em 17 de janeiro de 1945 pouco antes da chegada da chegada dos russos nas tropas libertadoras do Exército Vermelho. Fazendo-se passar por oficial do exército alemão, Mengele tornou-se prisioneiro de guerra dos estadunidenses. Ele foi libertado pelo exército dos EUA no início de agosto de 1945, pois não era sabido que ele era o médico que fazia parte de uma lista de criminosos de guerra procurados pela justiça. 
Do final de 1945 até a primavera de 1949, Mengele assumiu um nome falso e trabalhou como lavrador perto de Rosenheim, na Baviera. Foi quando conseguiu estabelecer contato com sua família. Quando souberam dos crimes de Mengele em Auschwitz, os investigadores de crimes de guerra dos EUA tentaram encontrá-lo e prendê-lo mas, acreditando nas mentiras contadas por sua família, os investigadores concluíram que ele havia morrido. 
Depois, fugiu para a América do Sul, o que evitou sua pronta captura do resto de sua vida.  O anjo da morte tinha doutorado em Antropologia e Medicina pela Universidade de Munique e começou sua carreira como pesquisador. 
No início de 1953, já como médico foi designado para Auschwitz e, lá teve oportunidade de realizar pesquisas genéticas em seres humanos. Focando principalmente em gêmeros, não tinham nenhum respeito pela saúde ou segurança das vítimas.
Era assistido por uma grande rede de ex-integrantes da SS, Mengele navegou para a Argentina em julho de 1949, inicialmente foi viver em Buenos Airres. E, em 1959 fugiu para o Paraguai e para o Brasil ainda em 1960, quando era procurado pela Alemanha Ocidental, por Israel e também pelos caçadores de nazistas, tal como Simon Wiesenthal, para que fosse levado ao julgamento. Mesmo assim, Mengele escapou da captura. 

Em 1979 morreu de ataque cardíaco enquanto nadava em Bertioga, na época ainda fazia parte de Santos, no litoral paulista, no Brasil foi enterrado sob um nome falso.

E, seus restos foram desenterrados e expecionados por exame forense em 1985. A documentação apresentada por Wolfram identificava o defunto como Wolfgang Gerhard, um austríaco de 54 anos. Só em 1985, Romão veio a descobrir que Gerhard era um dos muitos pseudônimos que Josef Mengele - acusado de ter enviado milhares de prisioneiros para a morte em campos de concentração e de ter realizado experimentos crueis em mais de três mil gêmeos - usou para viver incógnito depois da Segunda Guerra. O verdadeiro Gerhard morreu em 16 de dezembro de 1978 e foi sepultado em Graz, na Áustria, sua terra natal.
A lista de nomes falsos adotados por Mengele é extensa e inclui, entre outros, Fritz Ullmann, Helmut Gregor e Fausto Rindón. Só no Brasil, foram dois: Peter Hochbichler e Wolfgang Gerhard. "Nosso país nunca foi uma opção para Mengele por causa da presença de índios e negros. Na América do Sul, ele preferia a Argentina. Por ter muitos alemães e simpatizantes do nazismo, se sentia em casa", explica o jornalista e historiador Marcos Guterman, autor de "Nazistas Entre Nós - A Trajetória dos Oficiais de Hitler Depois da Guerra" (2016).

A vida de Mengele foi a inspiração para um romance e um filme intitulados Os Meninos do Brasil (1978), onde um Mengele ficcional (retratado no filme por Gregory Peck) produz clones de Hitler em uma clínica no Brasil.

Em 2007, o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos recebeu como doação o Álbum Höcker, um álbum de fotografias dos funcionários de Auschwitz, tirado pelo comandante da SS Karl-Friedrich Höcker. Oito das fotografias incluem Mengele.

Em fevereiro de 2010, um volume de 180 (cento e oitenta) páginas do diário de Mengele foi vendido pela casa de leilões Alexander Autographs por uma quantia não revelada ao neto de um sobrevivente do Holocausto. O proprietário anterior não foi identificado, que adquiriu o diário no Brasil, foi relatado ser próximo à família de Mengele. Uma organização de sobreviventes do Holocausto descreveu a venda como "um ato cínico de exploração destinado a lucrar com os escritos de um dos mais hediondos criminosos nazistas".

O rabino Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal, estava feliz em ver o diário cair em mãos judaicas. "Num momento em que o Irã de Ahmadinejad nega regularmente o Holocausto e o antissemitismo e o ódio aos judeus está de volta em voga, esta aquisição é especialmente significativa", disse ele. Em 2011, mais 31 (trinta e um) volumes dos diários de Mengele foram vendidos - novamente em meio a protestos - pela mesma casa de leilões para um colecionador não divulgado de recordações da Segunda Guerra Mundial por 245 (duzentos e quarenta e cinco) mil dólares.
A estadia de Mengele na Patagônia foi utilizada como a base do filme argentino de 2013, O Doutor Alemão, com Àlex Brendemühl no papel de protagonista. A prisioneira Gisella Perl, uma ginecologista judia aprisionada em Birkenau, mais tarde recordou como a presença de Mengele na enfermaria feminina aterrorizava todas as prisioneiras: “Temíamos essas visitas mais do que qualquer outra coisa, porque[. . .] nunca sabíamos se teríamos permissão para viver [. . . .]  Ele podia fazer o que bem quisesse conosco”. – Citação extraída do com o livro de memórias de Gisella Perl, "Eu Fui médica em Auschwitz".
Depois da Segunda Guerra Mundial, Mengele ficou conhecido por seu trabalho em Auschwitz graças aos relatos de prisioneiros médicos que que foram obrigados a trabalhar com ele, e outros cativos que sobreviveram a seus experimentos. 
Mengele foi um dos inúmeros médicos das SS a conduzir experimentos em pessoas presas em Auschwitz. Entre aqueles  médicos estavam: Eduard Wirths, diretor médico de Auschwitz; Carl Clauberg, famoso especialista no tratamento de infertilidade; Horst Schumann, que matou milhares de pacientes com deficiência em câmeras de gás durante o Programa de Eutanásia Nazista; Helmut Vetter, médico das SS, que conduziu testes com medicamentos experimentais em prisioneiros nos campos de concentração de Dachau, Auschwitz e Gusen para a subsidiária Bayer da IG Farben ; Johann Paul Kremer, professor de anatomia.
Enfim, Mengele fugiu por 34 (trinta e quatro) anos e nunca foi foi levado para enfrentar a justiça.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/08/2023
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