Dois para cá, eis o abismo.
E, dois para lá, para o infinito.
Um bolero compassado.
Uns vestígios de nós
nas sombras... nos ventos
e nas flores.
Dois para cá...
E, a proximidade medonha.
De nossas humanidades banais.
Dois para lá...
E, a distância.
A reta da indiferença compassada.
Lá fora os afetos se suicidam.
Mãos humanas não mais se entrelaçam.
Há o abandono latente de todas as coisas.
Coisas perdidas.
Palavras jamais ditas.
Um silêncio paradigmático.
Um paradoxo ritualístico.
Acordar. Abrir os olhos.
Abrir as janelas.
Ouvir a semântica do silêncio.
O compasso da chuva.
Chove granizo
e as pedras promovem sustenidos.
Dois para cá.
Dois para lá.
No compasso binário e perfeito.
O caótico e o banal se juntam
A gingar e rir de nossas dúvidas.
Triviais.
Fugazes.
Não há escapatória.
Temos um ritmo a observar.
Até o momento fatal.
Quando dois se tornarão apenas um.