Ele, George, gostava de Pamonha. Ela, Heloisa Helena gostava de canjica. Na minha infância era impagável o doce de abóbora... Minha falecida avó Belmira, adorava aquele doce de mamão verde... que parecia ser algo intergaláctico... E, havia ainda o doce de jaca... De comer rezando, nos mais variados doces da vida... o cheiro ressuscita memórias incríveis. O famoso quindim veio a ser inspiração da receita portuguesa chamada de brisa do Lis, com uma única diferença que é o uso de coco ralado ao invés de amêndoas doces... George e Heloisa estavam noivos e estavam discutindo quais doces seriam servidos na festa de casamento... Enquanto George queria doces tipicamente brasileiros, Heloisa queria algo mais sofisticado. Aliás, uma pessoa minimamente atenta iria se apavorar com rol de diferenças entre George e Heloisa... vindo de mundos diferentes e, de hábitos culturais diferentes. Afinal, casamento traduz um momento sério e deve a priori durar... não sei para todo o sempre. Mas, pelo menos, enquanto a vida ao lado do outro, for doce... E, que se danem os diabéticos. A família de Heloisa era sofisticada e exigente. Já a família de George era humilde e simples. Dessa mistura, agradar aos dois lados, parecia mais ser uma missão impossível.