Poema Doente...
Tosse.
Espirros.
Rinite.
Rino-sinusite.
Catarro. Secreção.
O corpo que expulsar tudo que não presta.
A alma rejeita tudo que é escuridão e tristeza.
Um suspiro
nutre de oxigênio a existência.
Palavras circulam no sangue rebelde
Dentro veias e vielas.
Uma gota de orvalho.
Um colírio malvado.
A nos fazer enxergar tudo envolta.
A teia misteriosa de fatos e lendas.
De rugendas a parlendas.
O mito vira verdade.
A verdade vira mito.
A mentira reverbera nas paredes.
Fotografias.
Insígnias, medalhas
e a Vênus de Milo.
Erisipela.
Bactéria.
Silêncio. Furúnculo.
Um mamilo.
Mas, tudo é vínculo.
Tudo é o elo partido.
É a ponte invisível.
E, o corpo perecendo.
Envelhecendo.
Doente, até que a morte
o liberta para o infinito.
E, decreta o alvorecer ...