Maria e Virgínia eram irmãs gêmeas. Infelizmente, aos doze anos ficaram órfãs de mãe e pai em razão de um acidente automobilístico. A família consternada procurou abrigar as crianças, porém, não era possível que ficassem juntas. Então, decidiu-se que Maria ficaria com a avó paterna enquanto Virgínia ficaria com a avó materna. A primeira avó morava no interior de Santa Catarina enquanto que a  segunda avó morava no interior de Minas Gerais. Cresceram tiveram formações educacionais diferentes. Maria teria decidido seguir a vida religiosa e se tornara noviça. Já Virgínia depois dos dezoito anos, mudou-se para BH e, tentava a carreira de atriz e cantora. Eram tão parecidas fisicamente, mas suas personalidades eram tão diferentes. A separação das irmãs foi muito dolorosa, principalmente, após a perda dos pais. Maria rezava para que pudesse ir visitar a irmã, mas os custos inviabilizavam. Virgínia implorava para ver a irmã, mas só se comunicavam por meio do celular ou de telechamada. Virgínia idealizava um bosque encantado onde a alegria e a paz reinava o tempo todo,  e as pessoas não morriam e nem se separavam. Nesse bosque, o tempo era como uma formiga, muito pequena e poderosa e capaz de carregar muitas vezes mais o próprio peso. A noite quando as estrelas visitavam o bosque cochichavam para as árvores sobre o encantamento do universo e da união invisível que existe entre todas as coisas...  Há encantamento dormindo em todo canto, apenas precisamos de olhos atentos e corações com esperança. No dia que Maria passaria a ser freira, sua irmã Virgínia foi até o convento assistir a cerimônia. O encontro afetuoso das duas irmãs emocionou a todos. Porém, na hora da despedida, o único consolo era mesmo acreditar naquele bosque encantado onde os afetos jamais se acabam, não importando a distância.