A rima é sonora e simpática.
O lirismo pulsa nos nervos.
A caligrafia comove vários músculos.
Mas, para que servem as palavras?
E, esses torpes sentimentos?
A tranquila indiferença é inatingível.
Ao fim do horizonte, descobre-se apenas o infinito.
E, nós, somos apenas pobres mortais.
Pobre amontoado de células com alguma eletricidade.
Sinapses disperdiçadas com pensamentos torpes.
Abro a gaveta e, entre os papéis.
Encontro uma poesia à minha espera.
Uma saudade.
A juventude que já passou.
Um amor que feneceu.
As reticências no caminho
como se fossem pedras ou
prenúncios.
A prodigiosa rima.
O lirismo bastardo.
E, a letra desenhada sobre o papel.
A esquadrinhar apenas um detalhe:
a poética.
Humana, risível e
contingente.