A folha caiu...
trazia no seu bojo pequenos traços
parecia uma caligrafia ruim ou estrangeira.
Não aprendemos ler todas as folhas.
Não conhecemos todos os idiomas.
Não deciframos todos os códigos.
A ignorância nos apronta enigmas auspiciosos.
Outra folha caiu
Praticamente ao lado da primeira folha.
Cadentes estavam lado a lado.
E, as mesmas nervuras estavam presentes.
A segunda folha tinha uma palidez amarelada.
A primeira era mais esverdeada...
Provavelmente era mais jovem.
É verdade que o tempo
tornam algumas pessoas mais sábias do que as outras.
É verdade que o tempo
tem efeitos misteriosos em cada um de nós.
Uns ficam tolerantes.
Outros, revoltados e rebeldes.
Uns ficam calmos e plácidos.
Outros, conturbam-se como se fossem tsunamis.
Soprou um vento a oeste,
e o frio percorreu minha espinha.
Arrepiou meus parcos pêlos
e bagunçou meu cabelo.
Num mar de estética contrária.
Recolhi-me e fui para dentro da casa.
Exilar-me de meus pensamentos.
Das leituras microbióticas da natureza.
E, fiquei em silêncio
a presenciar a mágica contemporânea.
É fim de outono.