Um certo dia, a mãe de uma menina mandou que ela levasse um pouco de pão e leite para sua avó que estava adoentada. Enquanto a menina caminhava pela floresta, um lobo aproximou-se e, perguntou-lhe para onde ia. E, a menina prontamente, sem estar com medo do lobo, respondeu: - Para a casa da vovó. E, ainda indagou o lobo abelhudo: - Mas, por qual caminho você irá? O dos alfinetes ou o das agulhas? E, novamente, a menina prontamente respondeu: - o das agulhas. E, então, o lobo seguiu pelo caminho dos alfinetes e, foi o primeiro a chegar na casa da avó da menina. Matou a avó e, despejou seu sangue numa garrafa, e ainda cortou a carne em finas fatias e, ainda as colocou numa bonita travessa. E, depois, vestiu sua roupa de dormir e deitou-se esperando a menina chegar. Noc. Noc. Batidas na porta. E, o lobo sibilou: - Entre, querida. E, a menina alegremente anunciou: - vim trazer um pouco de pão e leite para a senhora. E, o lobo imitando a voz da idosa, respondeu: - sirva-se também, querida. Veja há carne e vinha na mesa. E, então a menina comeu a carne oferecida e ainda bebeu o sangue, sem saber, da avó. No final da estória, o lobo, devorou também a menina. Essa estória é baseada num conto francês de Charles Perrault oriundo da tradição oral camponesa do século XVII e, termina bruscamente. Tal como a vida. Não existe final feliz, nem tampouco moral da história. Na estória original, a menina escolhera o caminho oposto do recomendado pela mãe, daí o desfecho trágico. A riqueza simbólica desse conto nos faz ser depositário de sentimentos inconscientes e abertos às interpretações diversas. Porém, os narradores retratavam sua realidade de forma nua e crua. Apesar de ajudarem em atravessar as longas noites de inverno. Se fosse resolver os alertas contra os perigos, talvez existem maior número de sobreviventes, porém, sem o devido aprendizado que premiaria uma sobrevivência digna. Perigos são pedagogicamente necessários.