Minha alma nua procura vestir o manto invisível do amor.
Meu silêncio repleto de semântico e de palavras inaudíveis
que voam com o vento e, calam diante a crueldade.
Minha presença está no cenário. Como as coisas são guardadas.
Arrumadas numa trigonometria exótica a assassinar ângulos e cegar olhos atentos.
Minha alma nua despede-se de tudo que é inútil ou insano.
Abortamos os ódios diários que gotejam como se fossem infiltrações.
Nesse amor dissimulado, procuramos eliminar nossas fraquezas.
Calar dúvidas. Calar a catarse. Calar-se, finalmente.
Nua e sem o poder de se disfarçar. Exibo a crassa existência diante
do paradoxo da morte. Morremos mesmo? Ou a eternidade que habita
nosso espírito apenas transmuta-se?
O finito inverte-se em infinitos.
E, o horizonte se debruça sobre a cena
e como plateia e nos acena com o entardecer.